Bié - Angolanos na diáspora e cidadãos estrangeiros estão a interagir com os excursionistas da viagem turística ferroviária Lobito-Luau, para saber sobre as suas valências e vantagens, soube a ANGOP esta sexta-feira.
Alguns excursionistas confirmaram que já há amigos, em Portugal, Brasil, França e Bélgica, curiosos em saber como foi organizada, os custos e como está a decorrer a viagem.
Com nostalgia, recordam o antigo comboio mala do Caminho de Ferro de Benguela, entre as décadas de 60 e 70.
Dezenas de cidadãos, que ficaram em lista de espera, já aguardam pela segunda edição, influenciados pelas publicações nas redes sociais, segundo a organização.
"As pessoas precisam de momentos de lazer como este, aproveitando os feriados prolongados ou mesmo as férias para o fomento do turismo interno", afirmou um dos membros da organização.
A segurança não passou despercebida, com a escolta de carros patrulha da Polícia Nacional nas suas áreas de jurisdição, com destaque para os minicipios do Huambo e Bié.
A primeira paragem aconteceu no município do Huambo, por volta das 18h00 de quinta-feira (23), apenas para abastecimento de combustivel.
Quanto ao programa de visitas, começou-se pelo Bié, esta sexta-feira, no Memorial da Batalha do Cuito, onde estão enterrados sete mil e trinta e quatro cadáveres, resultado do conflito armado, segundo Fernando Argentino da Associação dos Sobreviventes Mártires da Guerra de Resistência do Cuito.
No Memorial, o guia turistico mostrou uma exposição fotográfica onde se podem ver imagens dos comandantes Afredo Kussumua e Simione Mucuni, o jornalista Abreu Abraão e seu operador Artur Canica, que reportavam diariamente a guerra em condições perigosas, e também cenários de guerra e de paz.
Segundo ele, o motivo da construção do Memorial deveu-se a necessidade de sepultar os cadáveres num lugar condigno, já que, durante a guerra, estavam enterrados dentro de casas, nos quintais ou em jardins.
"Foi escolhido um espaço baldio, a três quilómetros da sede do município, onde era palco de muitos combates e emboscadas, por ser um local onde caiam paraquedas com mantimentos para as tropas governamentais", explicou.
A construção do Memorial da Batalha do Cuito levou um ano e seis meses, com inicio em 2005, com o apoio do Governo central.
Para hoje, ainda há previsões de se vistar as quedas de água no municipio do Cuemba, a 160 quilómetros do Cuito.
Já na província do Moxico estão programadas visitas a monumentos e sítios, bem como a ponte que separa Angola da República Democrática do Congo (RDC), localizada no Luau.TC/CRB