Benguela - O presidente da Associação de Hotelaria e Turismo de Benguela, Cláudio Silva, defende maior investimento privado no sector hoteleiro, restauração e similares, para dar resposta à crescente procura turística na província.
Actualmente, Benguela conta com 230 unidades de alojamento, entre hotéis, pensões, residenciais, lodges e aldeamentos turísticos, além de mais de mil restaurantes e similares.
Em entrevista à ANGOP sobre o estado actual do sector, o responsável da Associação de Hotelaria e Turismo de Benguela (AHTUB) sublinha a necessidade de mais investimentos para despertar da letargia a rede hoteleira, dando assim um outro impulso ao turismo.
Segundo Cláudio Silva, a rede hoteleira da província, incluindo a restauração, não recebe investimentos avultados há mais de 15 anos, o que contrasta com o potencial turístico de Benguela.
“Essas unidades hoteleiras foram investidas há mais de 15 anos e de lá para cá tudo parou”, salientou, notando o crescimento da população e da procura turística.
Pese embora reconhecer a vontade dos operadores hoteleiros de dinamizar o sector, o responsável reclama de que a classe enfrenta obstáculos no acesso aos créditos junto dos bancos comerciais.
Cláudio Silva pensa que o principal problema tem a ver com as taxas de juros “altíssimas”, que variam geralmente de 25 a 30 por cento, o que faz com que os projectos para abertura de hotéis e restaurantes continuem engavetados.
Ainda assim, acredita que este quadro poderá mudar brevemente, uma vez que há perspectivas para que o sector da hotelaria e turismo passe para a área económica e, assim, poderão surgir grandes investimentos.
“Até hoje, a hotelaria ainda está na área social e estamos ainda bloqueados para termos créditos com juros bonificados”, queixa-se, todavia, está optimista de que grandes investimentos hão de surgir a favor do sector, graças à política que o Estado tem implementado.
Mais pontos turísticos
Cláudio Silva também adiantou que a AHTUB está a trabalhar num projecto que visa a abertura de mais pontos turísticos na província de Benguela, para ajudar a projectar o turismo do litoral ao interior.
“Se repararmos, os pontos turísticos existentes são já do tempo colonial. Estamos a falar dos anos 60 e 70”, frisou, acrescentando que as praias continuam a atrair muitas pessoas, quando existem outros pontos por explorar.
Para ele, as zonas turísticas a Sul de Benguela serão transformadas em pontos turísticos, isto porque têm potencial suficiente para "fazer frente com grandes países que vivem só de turismo e mar".
Enfatizando que o interior consta da agenda de desenvolvimento da rede hoteleira, o entrevistado defende o envolvimento da sociedade local nos projectos que visam alavancar o sector.
Por outro lado, disse que a AHTUB vai trabalhar com as administrações para pôr em cada município um ponto informativo turístico, no qual o turista nacional ou estrangeiro terá todas as informações sobre os locais turísticos por visitar. JH/CRB