Caimbambo – O proprietário da fazenda Agrobovino, José Augusto, localizada na comuna de Catengue, município de Caimbambo (Benguela), pretende juntar no seu espaço o turismo à agro-pecuária, aproveitando a paisagem natural existente, soube a ANGOP.
A dezoito quilómetros da Estrada Nacional EN 260, além de ter vastas planícies com alguma arborização e pasto para o gado, a fazenda está rodeada de algumas montanhas com cerca de cem (100) metros de altitude, que permitem apreciar a paisagem à sua volta e não só.
Segundo o empresário português, comprou a fazenda há quatro anos e já investiu cerca de quatrocentos milhões de kwanzas, distribuídos pelos sectores de agro-pecuária e turismo.
Neste momento, segundo ele, já fez cerca de 300 metros de estrada no topo da montanha, onde pretende colocar, paulatinamente, dez a doze bungalós, numa primeira fase, para lazer dos turistas que quiserem desfrutar daquelas paisagens, com um clima semi-desértico.
“Entre as infra-estruturas, vou colocar um restaurante, uma piscina, espaço para música ao vivo e de lazer para as crianças”, afirmou o fazendeiro, não esquecendo de alguns animais selvagens da região como gurus, cabras do mato, javalis e outros, que espera manter no interior da fazenda.
Questionado sobre o motivo de aliar o turismo à pecuária, afirmou que o espaço, tal como muitos lugares sub-aproveitados em várias regiões do país, “oferece excelentes condições para o efeito”.
José Augusto está convicto do crescimento do investimento, tendo esperança na melhoria do acesso, já prometido pelo Governo Provincial, e também na água do rio Coporolo que passa a cerca de 11 km da zona.
Segundo José Augusto, a fazenda tem 902 hectares, dos quais 300 estão vedados e já terraplanou cerca de dez quilómetros de estrada no seu interior.
"Apesar de estar em Angola há quinze anos, até hoje ainda não tenho o cartão de residente, mesmo tendo reunido a documentação e ter solicitado várias vezes a legalização", desabafou o empresário.
Relativamente à empregabilidade, afirmou que vai se efectivar, dependendo das necessidades, e vai priorisar as pessoas mais próximas. Neste momento, tem à volta de quarenta funcionários (Agrobovino e Transcubal - outra empresa que detém).
Por outro lado, é de opinião que o Executivo deve melhorar a legislação neste ramo, criando incentivos fiscais para quem quer apostar no sector.
Países vizinhos como a Namíbia, África do Sul, Zâmbia, Botswana e Zimbabwe, são potencialmente fortes no sector do turismo, criando avultadas receitas para o seu Produto Interno Bruto (PIB).
Em relação a este facto, José Augusto disse que “o sector do turismo em Angola é como um diamante por lapidar” e defendeu que o país “pode ombrear perfeitamente com os seus vizinhos, desde que haja vontade, capacidade e qualidade para inovar”.
Fez saber que há muitos turistas de várias nacionalidades, principalmente portugueses, interessados em visitar o país, e quando o Aeroporto da Catumbela começar a receber voos internacionais vai ser uma mais-valia para o desenvolvimento do sector em Benguela e arredores. TC/CRB