Luanda - A Polícia de Trânsito registou, no primeiro trimestre deste ano, em Luanda, 150 acidentes de veículos motorizados que causaram 26 mortos e o ferimento de 125 pessoas que exerciam a actividade de mototaxi.
Em comparação com o primeiro trimestre de 2020, a Polícia de Trânsito registou o acréscimo de duas mortes e cinco acidentes.
Em declarações hoje, quarta-feira, à ANGOP, o chefe do departamento de Trânsito e Segurança Rodoviária do comando província da PN, superintendente Simão Saulo, os acidentes aconteceram, na maior parte das vezes, entre motos de duas e três rodas e contra viaturas ligeiras e pesadas.
Simão Saulo apontou o mau estado técnico, o não uso do capacete e o desconhecimento das regras do Código de Estrada como as principais causas dos acidentes.
De acordo com o oficial, a maior parte das motos de duas e as de três rodas, conhecidas por Kupapata ou Avó Veio, circulam no interior dos bairros, transportando mercadorias e entre 12 a 18 passageiros.
Na sua acção diária, a Polícia de Trânsito tem cumprido com o seu papel de fiscalização, verificando a condição em que são transportadas as pessoas, a documentação e em caso de infracção as motos são apreendidas e conduzidas ao parque do município de Viana que conta com mais de duas mil motorizadas confiscadas.
Por sua vez, o presidente da Associação de Mototaxistas e Transportes de Angola (AMOTRANG), Bento Rafael, disse que a associação continua a sensibilizar os mototaxistas, no sentido de frequentar as escolas de condução e aperfeiçoar o Código de Estrada, para que tenham melhor habilidade na via e evitar o maior número possível de acidentes.
Fez saber que actualmente a AMOTRANG conta com mais de 38 mil associados, entre os quais 300 oeste africanos, maioritariamente jovens que fazem o serviço de mototáxi em Luanda.
De acordo com Bento Rafael, a maior parte dos associados exercem a actividade nas zonas periféricas dos municípios Cacuaco Viana, Belas, e Luanda.
Na zona baixa da cidade, que abrange os distritos da Ingombota, parte da Maianga e o Sambizanga, a actividade de mototáxi é sobretudo usada para a distribuição de encomendas.
“Estes jovens encontraram uma oportunidade de emprego com esta actividade e têm estado a transportar pessoas, dos pontos de residência para outras paragens de transportes públicos, conduzindo assim milhares de pessoas por dia em todo o país”, sublinhou.
Bento Rafael acredita, no entanto, que mais de um milhão de pessoas exercem esta actividade em toda Angola, e existe a necessidade do enquadramento de todos eles na associação para um maior controlo.