Lubango - A nova geração de locomotivas do Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM), destinadas ao transporte urbano de passageiros na cidade do Lubango, vai aumentar o número de utentes de 47 mil/mês para mais de 200 mil.
Trata-se de três locomotivas das chamadas Unidades Multiplas Diesel (DMU) automotoras, vocacionadas ao transporte específico urbano e interurbano de passagueiros, adquiridas pelo Ministério dos Transportes e que em breve devem chegar à Huíla, a semelhança do que aconteceu com Luanda e Benguela.
As DMU são um protótipo de novos veículos ferroviários que podem transportar até 700 passagueiros por dia.
Actualmente o transporte suburbano de passageiro feito com locomotivas de longo curso está suspenso há já um ano devido à Covid-19.
Era um serviço que beneficiava estudantes, pequenos produtores e trabalhadores num trajecto de 38 quilómetros, em três frequências/dia.
A nova geração comporta três comboios automotores que vão percorrer um traçado de 68 quilómetros de linha, desde a Chela até à Chanja passando pela cidade do Lubango, no sentido descendente e ascendente com 17 paragens e previsão de transportar um milhão e 670 mil passageiros durante o ano.
Em declarações à ANGOP hoje, no Lubango, o administrador financeiro do CFM, António Conceição, disse que os meios estão adaptados à realidade social, com maior conforto e menos peso em relação as gerações anteriores da empresa.
Avançou serem meios rápidos, acessíveis, inclusivos e têm isolamento térmico para evitar que os passageiros escutem o barulho do exterior do comboio.
Admitiu existirem ainda alguns constrangimentos burocráticos derivados da situação pandémica que atrapalharam a importação e chegada dos meios ao país, antes previstos para 2019, mas que em breve estarão à disposição da cidade do Lubango.
Declarou que para o ano de arranque está estimada uma taxa de ocupação de 60 por cento da capacidade, ao passo que nos anos seguintes a ideia é já aumentar de forma paulatina, até atingir os 100 por cento.
“Estamos a falar de um traçado curto que circunda a cidade do Lubango e por esta via as pessoas não precisam necessariamente de sentarem-se”, esclareceu.
Com o serviço, conforme o administrador, será triplicada a oferta e aumentar as receitas pelo volume de passageiros a transportar, um trajecto que vai possibilitar que em dois ou três locais seja permitida a intermodalidade, com os serviços de táxi e autocarros.
O CFM tem actualmente quatro frequências semanais no trajecto Lubango/Menongue (Cuando Cubango) e vice-versa, que devido a covid-19 transporta mais de 400 pessoas por viagem e uma diária, em comboio de carga Lubango/Namibe, que transporta pelo menos duas mil toneladas/dia.