Luanda – A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria Bragança do Rosário Sambo, destacou, esta quarta-feira, a criação e adopção de padrões para proteger a integridade dos dados e a gestão de riscos para tornar os sistemas digitais mais confiáveis.
Ao discursar na abertura da nona reunião de ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), adiantou que os formuladores de políticas de ciência e inovação devem apoiar a criação de mecanismos baseados na inteligência digital, para a garantia da qualidade da informação e da inclusão digital.
Entre os desafios, a ministra apontou ainda a necessidade de se providenciar políticas e estratégias para um acesso, cada vez maior, dos povos dos Estados-Membros às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), e que permitam ultrapassar o analfabetismo digital, assim como políticas de formação e prevenção da desinformação.
A aposta na formação e a criação de incentivos para as empresas incluírem o digital na inovação, aproximando-as, cada vez mais, da academia e do sistema científico são outras necessidades apontadas pela ministra angolana.
Frisou a necessidade de se estabelecer um regime legislativo específico, sobre a infra-estrutura, exploração, funcionamento e utilização das TIC, bem como sobre o incentivo ao investimento dos entes do mercado, na partilha de infra-estruturas ao nível local e ao nível da CPLP.
“Angola está a dar passos nesta direcção, tendo o Executivo angolano aprovado nesta legislatura o Livro Branco das TIC, onde se apresenta a Estratégia para a Transformação Digital”, revelou.
A digitalização tem um potencial positivo para promover a colaboração, especialmente além-fronteiras, e melhorar a eficiência da ciência, de que é um bom exemplo a Ciência Aberta, com as suas múltiplas dimensões, incluindo o acesso irrestrito a artigos científicos, a bases de dados públicas, a investigação colaborativa, possibilitada por ferramentas de TIC e incentivos complementares, realçou.
Na óptica de Maria Bragança do Rosário Sambo, a digitalização pode ajudar a reduzir os custos inerentes a produção de acordos, para a investigação científica colaborativa, promover a reutilização de dados científicos, aumentar o rigor e a reprodutibilidade dos estudos científicos e diminuir a investigação redundante.
No entanto, adiantou, o potencial positivo da digitalização, para promover a colaboração, encontra algumas reservas quanto à sua real utilidade, para a aproximação das comunidades científicas e dos cientistas ao público, considerando um processo inclusivo.
No mundo pós-Covid-19, disse, a dinâmica social impõe aos governos a necessidade de criação de condições, nos sub-sistemas de ensino superior e nos sistemas científicos nacionais, que permitam usar as TIC na inovação pedagógica e na investigação tecnológica.
A nona eunião dos ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da CPLP avalia o grau de implementação do Plano Estratégico de Cooperação Multilateral, para o período 2014/2020, bem como vai aprovar uma nova agenda política para até 2026.
Estão igualmente em análise propostas de projectos e programas de cooperação multilateral intra-comunitária e extra-comunitária, nos domínios da ciência, tecnologia e ensino superior, no espaço CPLP, e a cooperação entre a comunidade e as organizações internacionais, bem como a sociedade civil.