Huambo – O secretário executivo da União Nacional dos Trabalhadores - Confederação Sindical (UNTA-CS) no Huambo, Adriano dos Santos, solicitou hoje, terça-feira, ao governo maior abertura e capacidade de diálogo na resolução das situações laborais no país.
Adriano dos Santos fez este pedido durante a Plenária Sindical, que visou a apresentação, aos diversos sindicatos do Huambo, do caderno de reivindicativo das três centrais (UNTA-CS, Central dos Sindicatos Independentes de Angola – CSILA e a Força Sindical – FSA), aprovado a 4 do corrente mês.
Entre as reivindicações constantes no documento, recentemente, apresentado ao governo, destaca-se a revisão salarial da função pública na ordem de 250 por cento e a elevação do salário mínimo em 245 mil Kwanzas.
O responsável disse esperar por um diálogo frutífero por parte do Governo angolano, de modo a se chegar a um bom consenso que satisfaça as partes, na resolução dos pontos constantes no caderno reivindicativo, pois as centrais sindicais não estão a reclamar para receber 100 por cento das reivindicações.
“Nós não vamos aceitar negociações paliativas, porque o país ou os trabalhadores já não podem mais continuar a aceitar políticas que não se coadunam com a vida real”, referiu.
Entretanto, disse que a sua instituição está aberta para as decisões consensuais, tendo em conta a realidade do país, para além de condenar actos de ignorância às reivindicações, em função da política que se assiste, por parte de alguns governantes, de se “sonegar” diante das reclamações e deixar a coisa andar.
Segundo o sindicalista, caso houver boa vontade política e negocial do Governo angolano, certamente as centrais sindicais vão acolher e criar equipas negociais e passar mensagens de tranquilidade aos trabalhadores, caso o contrário, vai se partir para uma greve geral no país, a primeira desde a Angola independente.
Na sua visão, se o país tem ou não condições para se atender às reivindicações sindicais vai se encontrar na mesa negocial, pois que o mais importante é que o diálogo flua, de forma aberta e séria.
Adriano dos Santos explicou, por outra, que a reclamação dos sindicatos está na base da necessidade de se garantir maior distribuição da riqueza nacional do país e defende um equilíbrio no salário, visto que uma disparidade salarial cria divisão social e consequentemente conflitos.
“Se o governo resolver os problemas dos trabalhadores do sector público e privado, vai criar mais empregos e garantir o bem-estar social”, salientou.
Pelo que, continuou, o governo tem de estudar um qualificador salarial que aproxima os sectores, que, apesar das diferenças, mas que o salário base deve ser igual para todos.
A plenária sindical contou com a participação de dirigentes e filiados de diversos sindicatos afectos às três centrais sindicais, com destaque para o Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Cultura, Desporto e Comunicação Social, dos Trabalhadores Bancários, da Saúde, do Comércio e dos Professores. VKY/ALH