Cachiungo – Os toxicodependentes internados no centro Esperança, localizado no município do Cachiungo (Huambo), consideram ser indispensável a implementação de cursos técnico-profissionais, para ajudá-los na recuperação efectiva e no processo de reintegração social.
Idos de várias regiões do país, os mais de 70 cidadãos em recuperação no centro pertencente à Igreja Católica, apontam a formação técnico-profissional como um dos principais pilares para a promoção do auto-emprego.
Em declarações à Angop, os toxicodependentes, todos eles do sexo masculino, reconhecem as valências do centro na reabilitação dos consumidores de bebidas alcoólicas e outras drogas, através da convivência, da espiritualidade e do trabalho, porém consideram os cursos de artes e ofícios fundamentais após o tratamento.
António Jamba, desvinculado do sector da Educação há cinco anos por consumo exagerado de bebidas alcoólicas, clama pela implementação urgente de um cento de formação técnico-profissional, de modo ajudá-los no processo de reintegração social, pois que, no seu caso, não possui outras habilidades, para além de professor.
Nesta conformidade, defende a necessidade da direcção do Centro Esperança criar um convénio com o Governo para a implementação dos cursos técnico-profissionais, para que depois de recuperados tenham a possibilidade de se auto-sustentarem.
Miguel Eduardo, um dos recuperados pelo centro, viu-se na necessidade de voltar naquele local para trabalhar na instituição como voluntário, uma vez que não encontrava forma de se reintegrar na sociedade, por falta de habilidades técnico-profissionais.
“A sociedade é muito tentadora. E como não quero mais voltar ao mundo das drogas decidi regressar ao centro para trabalhar como voluntário, pois que muitos cidadãos têm recaído por falta de ocupação social e profissional depois de recuperados”, rematou.
Entre os cursos prioritários, destacam os de carpintaria, serralharia, construção civil, electricidade e mecânica, tendo em conta o seu valor social, principalmente no fomento do empreendedorismo e do auto-emprego.
Já o responsável do centro, padre Gonçalo Joaquim, fez saber que, apesar da formação técnico-profissional não fazer parte da pedagogia do centro, a direcção vai procurar estratégias para a sua implementação, nos próximos tempos.
Implementado em 2011 no município do Cachiungo, cuja vila está situada a 62 quilómetros a Leste da cidade do Huambo, o Centro Esperança recuperou, até ao momento, 200 cidadãos de várias regiões do país.