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Sonho da casa própria torna-se realidade no Bailundo

     Sociedade              
  • Huambo • Quinta, 12 Maio de 2022 | 18h40
Centralidade Halavala do Bailundo
Centralidade Halavala do Bailundo
Pedro Parente

Bailundo – O sonho da casa própria está cada vez mais perto de muitos jovens do município do Bailundo, com a inauguração, sexta-feira, da centralidade “Halavala”, com três mil e cinco moradias.

O projecto habitacional, o terceiro na província do Huambo, depois do Lossambo, inaugurado em 2017, com 2009 moradias, ocupadas por mais de 14 mil pessoas, e Fernando Faustino Muteka, à disposição desde 2020, no município da Caála, com 4001 residências, começou a ser erguido em 2012, mas só em 2021 ganhou um novo impulso, depois de um interregno de quase oito anos.

O novo centro urbano do Bailundo contempla, entre outros serviços, escolas do ensino primário e secundário, um instituto de formação técnico-profissional, um centro de saúde, igual número de complexo desportivo, jardim-de-infância, esquadra policial e perto de 250 lojas comerciais.

Do total das residências, constam dois mil 602 apartamentos, 128 moradias térreas e 275 duplex, todas da tipologia T3.

Ouvidos pela ANGOP, alguns munícipes consideraram que a conclusão das obras da centralidade constitui um factor de esperança para os jovens que “sonham” ter uma casa própria.

Mauro Leonardo, funcionário público, disse que a centralidade vai evitar as longas viagens percorridas pelos trabalhadores da administração local do Estado e, ao mesmo tempo, permitir os jovens locais a terem acesso às moradias.

Solicitou a determinação de uma mensalidade acessível que possa facilitar o acesso dos jovens locais, uma vez que, na sua maioria, ainda não possuem empregos estáveis, porém se mostram interessados em aderir ao projecto habitacional.

O mesmo desencorajou os munícipes a buscarem vias ilegais para terem acesso às casas da centralidade.

Jenoveva Katiavala, outra funcionária pública, destacou que a centralidade vai relançar a esperança pelo sonho da casa própria dos jovens do Bailundo, depois de muitas tentativas em outros projectos habitacionais da província do Huambo.

Por isso, pediu maior transparência no processo de distribuição das moradias.

Por sua vez, o jovem Tito Jamba Cassoma disse que o novo centro urbano vai trazer inúmeros benefícios, em termos de crescimento socioeconómico, com a promoção do turismo local.

A designação da centralidade por Halavala surge em alusão ao monte homónimo, principal referencial geográfica da localidade, que viria a dar nome ao primeiro bairro da vila municipal do Bailundo, nos meados do século XV.

A circunscrição, que alberga o “poderoso reino da tribo Ovimbundu”, fundado no século XV, então designado por Halavala, cujo potencial é do conhecimento nacional e internacional, ascendeu à categoria da vila a 16 de Julho de 1902 através do decreto-lei nº 54 do Boletim Oficial nº1.

Chamada por muitos como terra do Rei Ekuikui e Katyavala, a municipalidade, com uma extensão de sete mil e 065 quilómetros quadrados, possui uma população estimada em 372 mil habitantes, distribuídos em 70 povoações comerciais e 568 bairros e aldeias que compreendem as suas cinco comunas: Hengue, Lunje, Bimbe, Luvemba e Sede.

Adeus à escuridão

A inauguração da subestação eléctrica, interligada à barragem de Laúca, na província de Malanje, para gerar 20 megawatts, vai tirar, numa primeira fase, cinco mil famílias da escuridão, sendo três mil da Centralidade e duas mil da vila municipal.

O empreendimento, cujas obras iniciaram em Fevereiro de 2021, possui 214 postes de linha de transporte de energia de alta tensão, a partir da subestação do Belém do Dango, zona periferia da cidade do Huambo, numa extensão de 75 quilómetros.

O administrador do município do Bailundo, Irineu Cândido Sacaála, disse que a inauguração da subestação eléctrica, com seis Postos de Transformação (PT) de energia de baixa tensão, constitui “um ganho imensurável para a população do Bailundo”, pois vai contribuir para o crescimento socioeconómico da circunscrição, com atracção aos investidores nacionais e estrangeiros.

Com este projecto, o município do Bailundo, torna-se no terceiro dos 11 que compõe esta região do Planalto Central a beneficiar de energia eléctrica do sistema interligado à barragem de Laúca, depois do Huambo e Caála, para além da comuna da Calenga.

Poder tradicional em busca da mística

No quadro da valorização e preservação do poder histórico-cultural, foram entregues, esta quinta-feira, as obras do Palácio do Rei do Bailundo, para além de outras 37 residências para os membros da corte, devidamente requalificados, para além de uma escola, um posto de saúde e jango para eventos culturais e julgamentos tradicionais.

O projecto iniciado em 2012, contempla os locais sagrados onde estão preservados os crânios dos anteriores reis, numa acção que visa dar mais dignidade ao símbolo de resistência do Povo Umbundu, por serem estes os locais onde as autoridades tradicionais realizam actividades para pedirem aos ancestrais fertilidade, boa colheita, chuva, protecção e a  paz para os angolanos.

A propósito, Rei do Bailundo, Isaac Francisco Lucas “Tchongolola Tchongoma”, disse estar satisfeito com o cumprimento da promessa feita pelo Executivo, sobretudo, no que diz respeito a requalificação da Ombala que, para além de valorizar o poder tradicional local, vai impulsionar o turismo.

O soberano, entronizado em Julho de 2021, em substituição de Ekuikui V, destituído por má conduta, reiterou a necessidade de trabalhar com todos e para todos, no resgate e na preservação das tradições e culturas da região, além de promover a paz, o perdão e a tranquilidade nas comunidades.

Com um plano de acção de 16 eixos, o soberano compromete-se em promover o diálogo e o espírito de união, entre as várias estruturas da sociedade, em estreita cooperação com as instituições governamentais.

Funcionam na Ombala Mbalundo 37 sobas que, diariamente, auxiliam o rei no julgamento de vários litígios relacionados com usurpação de terrenos, dividas, violações sexuais e fuga à paternidade.

Desde a fundação do Reino do Bailundo, foram soberanos, para além de Ekuikui V, os reis Katiavala I (fundador), Jahulo I, Samandalu, Tchingui I, Tchingui II, Ekuikui I, Numa I, Hundungulo I, Tchissende I, Jungulo, Ngundji, Tchivukuvuku Tchama Tchongonga, Utondossi, Bonji, Bongue, Tchissende II, Vassovava e Katiavala II.

Ekongoliohombo, Ekuikui II, Numa II, Moma, Kangovi, Hundungulo II, Mutu Ya Kevela (vice-rei), Tchissende III, Jahulo II, Mussitu, Tchinendele, Kapoko, Numa II, Pessela Tchongolola e Ekuikui III Ekuikui IV, reinaram igualmente o Bailundo.

Além do Reino do Bailundo, a província do Huambo, situada no Planalto Central de Angola, conta ainda com os reinos da Chiyaka, Chingolo, Huambo e Sambo.





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