Lubango – A realização regular do Censo Geral da População vai permitir maior controlo dos fluxos migratórios internos, assim como melhorar a planificação do crescimento e do desenvolvimento do país a vários níveis, afirmaram no Lubango, destacados membros da sociedade civil huilana.
Em declarações hoje, segunda-feira, à ANGOP, a respeito da importância da Censo Geral da População, cujo início está previsto para 19 de Julho próximo, os entrevistados afirmaram que este exercício vai permitir perceber os fluxos migratórios internos, tanto nas zonas hoje desabitadas, como nas que começam a conhecer maior pressão, facto que ajuda a planificar melhor.
O antropólogo, Helder Bahu, considerou que quanto mais haver dados sobre as pessoas, mais facilmente consegue-se perceber os fluxos migratórios e nessa perspectiva será possível produzir uma estatística “mais robusta” no sentido gerir questões de calamidades, como as relacionadas com pandemias, cuja gestão pode ser feita com base em dados fiáveis gerados pelo Censo da População.
“Nós vivemos numa região tropical e temos períodos de transição climáticas que são propensos a determinados tipos de patologias, daí que tendo domínio do número de pessoas, sobretudo de crianças que habitam num determinado lugar, consegue-se ter um stock de medicamentos para acautelar determinadas questões”, elucidou.
Por sua vez o director da Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) - Huíla e Namibe, Simione Justino, sublinhou que o Censo traz números e estes “são fundamentais” para a planificação da distribuição dos recursos.
Afirmou que enquanto não se saber onde estão e como vivem as pessoas, a planificação não atenderá, de forma cabal, as preocupações reais, logo é um procedimento que traz essa mais-valia e com isso o Executivo ter os números para gizar melhor os programas de combate à pobreza.
Entretanto o presidente da Associação das Autoridades Tradicionais (ASSAT) da Huíla, Daniel de Sousa, considerou o Censo Geral um procedimento que ajuda qualquer tipo de gestão, sem que se tenha uma ideia relativamente ao crescimento demográfico e a própria distribuição da população.
Segundo, Daniel de Sousa, em Angola vive-se uma “pobreza extrema” em algumas províncias e o governo está preocupado para saber quantos somos e onde estamos, porque desde que se realizou o último Censo, em 2014, a população se multiplicou.
O último censo em Angola foi realizado em 2014, cujos resultados apurados foram de 25.789.024 habitantes, dos quais 6.945.386 encontravam-se a residir na província de Luanda.
Estima-se que o Censo Geral da População de 2024, o terceiro a ser realizado, no país apresente um quadro demográfico a rondar os 35 milhões de habitantes, tendo em conta a actual taxa de crescimento populacional, à volta de três por cento/ano. BP/MS