Lobito – Munícipes do Lobito, província de Benguela, convergiram esta segunda-feira nos seus depoimentos sobre os ganhos da paz, destacando o desenvolvimento do país, em termos político, social e económico, apurou a Angop.
Segundo o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, passados 20 anos, os angolanos começam a sentir os efeitos da paz.
Para ele, em primeiro lugar está a unidade nacional, acrescentando que os angolanos devem viver num ambiente de harmonia e de estabilidade e que cada um tenha o seu espaço nos marcos do território nacional.
Falando concretamente sobre a empresa que dirige, Celso Rosas afirmou que pretendem um Porto de referência, aberto ao mundo, e que o Corredor do Lobito possa ser funcional, competitivo e capaz de, cada vez mais, atrair parceiros e clientes.
Para a pastora da Igreja Josasaft Angola, Angelina Palma, além da procura da paz espiritual, também precisa-se da paz social e este fenómeno só é possível com harmonia, compreensão e interacção entre as pessoas.
“Só com a paz, podemos expandir o evangelho para mais distante e para isso precisamos das vias de comunicação e de outras infra-estruturas que proporcionam o desenvolvimento de um país”, realçou.
Já o músico Tó Fernandes congratulou-se com a celebração da paz, recordando que a guerra, além de atrasar qualquer país, limita e dificulta a carreira dos artistas.
“É muito salutar que haja intercâmbio, não só entre os artistas nacionais como também estrangeiros. Hoje em dia, já temos maior liberdade de expressão e a globalização tornou a tecnologia mais acessível para os artistas aperfeiçoarem cada vez mais as suas técnicas”, enfatizou
Carlos Freitas, antigo dirigente desportivo, recordou o tempo de guerra onde o Estado fazia um grande esforço para realizar o Campeonato Nacional de Futebol, transportando os clubes em aeronaves militares, porque era perigoso viajar por estrada, devido a possíveis ataques.
“Com a paz, as pessoas circulam à vontade, com transportes públicos ou pessoais, com muito menos custos, tendo a vantagem de apreciar, durante o trajecto, paisagens, povoações e outras maravilhas da imensa potencialidade turística que o país oferece.”, sublinhou.
O acordo de paz em Angola foi assinado no dia 4 de Abril de 2002, na Assembleia Nacional, em Luanda, pelo chefe das Forças Armadas Angolanas, General Armando da Cruz Neto, e pelo chefe do estado-maior das Fala, General Abreu Muengo Ukwachitembo Kamorteiro.
Foi o terceiro acordo entre estas duas partes da guerra civil em Angola, depois de Bicesse (Portugal) em 1991 e Lusaka (Zâmbia) em 1994.