Lubango – A ministra da Acção Social e Igualdade do Género, Faustina Alves, considerou hoje, quinta-feira, no Lubango (Huíla), que a alteração do quadro preocupante de grupos minoritários no País, passa pelo empenho da sociedade em estudar o problema, com destaque para a academia.
Falando na Conferência Internacional sobre as Comunidades Minoritárias em Angola, sob o lema “Não deixar ninguém para atrás”, que junta 200 participantes de Angola, Namibia, Botswana, Zimbabwe e da África Sul, defendeu que esse estudo deve ser feito sem atropelos ou julgamentos, com vista a encontrar-se formas correctas de inclusão dessa franja.
Realçou que uma das tarefas fundamentais do Estado, de acordo com a alínea d) do artigo 21 da Constituição da República, é promover o bem-estar, igualdade social e elevação da qualidade de vida dos angolanos, sobretudo dos grupos desfavorecidos.
Detalhou que a Conferência é apenas o início de uma “longa jornada” que poderá levá-los a identificar uma causa que demonstre preocupação, alinhamento e complementaridade para a resolução e melhoria da dignidade dessas minorias étnicas.
“Temos consciência que Angola passa por tempos desafiantes do ponto de vista económico, que não será possível atender os inúmeros problemas de uma só vez, mas decidimos em conformidade com o nosso lema fazer de tudo para alcançar esse compromisso”, disse a ministra.
Governo da Huíla quer acervo de grupos minoritários preservado
Já a vice-governadora da Huíla para o sector Político, económico e social, Maria João Chipalavela, defendeu a necessidade de um maior envolvimento da classe académica na preservação do acervo cultural, como património material e imaterial das comunidades minoritárias.
Destacou que para essa tarefa são chamados investigadores, sociólogos, antropólogos e historiadores, a exemplo de estudos feitos no passado pelo Padre Carlos Sterman, Américo Cuononoca, Pedro Castro Maria e Cagibanga, a respeito dessas comunidades.
Para ela, os académicos e investigadores devem trazer uma abordagem multidisciplinar, reconhecendo o valor dos sociólogos, antropólogos e muitos outros, que interpretaram científicamente a história, manifestações, vivências e os modelos de vida.
Referiu que em 2018, o Presidente da República, João Lourenço, na sua visita à Huíla, concedeu uma audiência aos representantes da comunidade SAN, o que contribuiu para aumentar e desenhar um novo capítulo no processo de desenvolvimento das comunidades.
A conferência com duração de dois dias é resultado de visitas feitas por equipas multissectoriais do governo e do conselho nacional da acção social, ao longo dos últimos meses nas províncias da região Sul do Pais, onde constatou as condições “difíceis” em que se encontram essas comunidades.
O certame tem como objectivos encontrar soluções para os problemas dessas comunidades minoritárias, entender as suas reais necessidades e aspirações, mobilizando e engajando todos os actores nacionais e internacionais para os problemas específicos dessas comunidades.
Outro foco é promover a inclusão paulatina, progressiva e acautelada em diversos projectos, serviços e programas que concorrem para salvaguardar os seus direitos e liberdades, estimular parcerias, sinergias e inovações, visando a melhoria das práticas e ofertas de serviços de qualidade para o grupo-alvos.