Huambo - A urna contendo os restos mortais do arcebispo emérito do Huambo, Dom Francisco Viti, falecido no passado dia 15, em Luanda, chegou hoje, quarta-feira, ao Planalto Central.
À chegada no aeroporto Albano Machado, na cidade do Huambo, a bordo de uma aeronave da Força Aérea Nacional, com aterragem às 17:04, o féretro foi recebido com oração e canções, em acto orientado pelo arcebispo do Huambo, Dom Zeferino Zeca Martins, na presença da governadora desta província, Lotti Nolika.
Participaram, igualmente, os arcebispos e bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), padres, individualidades ligadas à política, aos órgãos de defesa, segurança e ordem interna, para além de vários membros da sociedade civil.
A par destas individualidades, centenas de fiéis católicos e não só, fizeram-se ao aeroporto Albano Machado desde às 12horas, com objectivo de render homenagem a Dom Francisco Viti, falecido no Complexo Hospitalar Cardio-Pulmonar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, depois de um internamento de 53 dias.
Do aeroporto, o cortejo percorreu algumas das principais artérias da cidade do Huambo até a Paróquia da Imaculada Conceição - Sé Catedral, onde, de acordo com o programa das exéquias, serão celebradas três missas, em memória ao religioso.
De acordo com o programa divulgado pela Arquidiocese do Huambo, o funeral do arcebispo emérito acontece quinta-feira (20), no cemitério da Missão Católica do Cuando, a 15 quilómetros do centro da cidade do Huambo.
Antes da partida para o local do sepultado, será celebrada missa exéquial no pavilhão multiusos Osvaldo Serra Van-Dúmen, no interior da cidade do Huambo.
Fundado em 1910, no cemitério da Missão Católica do Cuando, repousam os restos mortais do fundador do Vicariato Apostólico do Huambo, antes da sua elevação à Diocese, em 1940, e à Arquidiocese, em 1977, Monsenhor Alfred Keiling, do bispo emérito de Malanje, Dom Eugénio Salessu, e alguns padres espiritanos e trapistas.
O malogrado arcebispo, homenageado pelo Governo do Huambo, no passado dia 4 de Abril, pelo seu contributo na promoção da cultura de Paz e de Reconciliação Nacional, nasceu na localidade de Misasa – Evanga, município da Ganda, província de Benguela, a 15 de Agosto de 1933.
O prelado católico, que morreu no ano em que completaria 90 anos de idade, estava a lutar pela vida desde o passado dia 19 de Fevereiro, depois de ter sofrido um acidente de viação, por despiste e consequente capotamento da viatura em que seguia, no troço Chicala-Cholohanga/Huambo, quando regressava de uma missão pastoral, na província do Cuando Cubango.
No sinistro, contraiu ferimentos graves e foi, em função do seu estado clínico, transferido, de imediato, para o Complexo Hospitalar Cardio-Pulmonar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, tem sido, dois dias depois, submetido a uma intervenção cirúrgica craniana.
Foi ordenado sacerdote a 14 de Julho de 1963 na Sé Catedral do Huambo e consagrado Arcebispo a 28 de Setembro de 1975, na província do Huambo.
Fundador da Diocese Serpa Pinto, actual Menongue, província do Cuando Cubango, onde trabalhou durante 11 anos, foi depois, em Setembro de 1986, nomeado como arcebispo do Huambo, onde exerceu as funções por 17 anos. VKY//ALH