Benguela – Sessenta e uma reclusas do Estabelecimento Penitenciário do Cavaco, nos arredores desta cidade, estão a frequentar aulas de superação académica e profissional, para facilitar a sua reintegração no seio familiar e na sociedade, soube esta terça-feira, a ANGOP.
Segundo a directora da referida unidade prisional, Mariana Quimina, que falava à imprensa, além de frequentar aulas para o combate ao analfabetismo, as reclusas frequentam cursos de corte e costura, cabeleireiro e produção agrícola.
Explicou que, preocupado com a sua reintegração na sociedade, o serviço penitenciário tem estado a trabalhar não só com as reclusas, mas também com os seus familiares, porque são eles que as vão acolher, uma vez colocadas em liberdades.
Para a responsável, é uma mais-valia a visita realizada hoje por funcionários da Administração Municipal de Benguela às senhoras privadas de liberdade, no sentido de confraternizarem com elas, porque muitas são oriundas de outras províncias do país, como a do Bié, Cuando Cubango, Huíla, Namibe e Huambo.
Enquanto entidade prisional, advogou que têm estado a pôr em prática todo processo reabilitativo de reintegração social da população penal.
Com efeito, disse que estão a realizar também uma série de palestras, como a desta terça-feira com o tema "Investir nas mulheres para acelerar o desenvolvimento socioeconómico do país", enquadrada no programa Março Mulher.
Por outro lado, afirmou que o processo de reintegração social das ex-reclusas tem tido boas referências, porque algumas têm prosseguido com os estudos e chegam ao ensino médio, enquanto outras continuam a formação profissional.
"Depois de restituídas à liberdade, acredito que elas activam o lado mãe também e já não querem regressar à cadeia, o que nos deixa satisfeita", enfatizou.
Apontou como desafios da população penal feminina do Cavaco, alavancar a actividade agro-pecuária.
Já a administradora municipal de Benguela, Paula Marisa, disse que dedicaram o dia à mulher reclusa, porque acreditam que podem prestar um pouco de amor e solidariedade àquelas que estão privadas de liberdade e precisam do carinho de todos.
“Também viemos falar com as reclusas porque sabemos que elas fazem um trabalho, acompanhado, de artesanato e não só, e nós precisamos que elas tenham algum proveito financeiro desta actividade”, informou,
A administradora de Benguela informou que durante o encontro falaram ainda sobre empreendedorismo, literacia financeira e o papel da família, porque quando sairem em liberdade terão a sociedade à espera delas.
O Estabelecimento Penitenciário Feminino de Benguela controla 61 reclusas e destas, seis (6) estão em prisão preventiva, além de três filhos (crianças) de reclusas. CRB