Huambo - Três ravinas de grande proporção e que ameaçavam “engolir” residências e infra-estruturas sociais na província do Huambo começaram hoje, quarta-feira, a ser estancadas, numa iniciativa do Ministério da Construção, Urbanismo e Habitação.
Trata-se das ravinas junto ao projecto dos 200 fogos habitacionais do município do Longongo, da Aldeia de Epuacha e das mediações da centralidade Fernando Faustino Muteka, ambas no município da Caála.
O auto de consignação das obras, que marcaram o início dos trabalhos de estancamento, decorrido na sede municipal do Longonjo, foi orientado pelo ministro da Construção, Urbanismo e Habitação, Carlos Alberto Gregório dos Santos, que cumpre uma jornada de trabalho de dois dias ao Planalto Central.
Os trabalhos para o estancamento e estabilização das três ravinas, que serão executadas no prazo de seis meses, estão orçados em mais de mil milhões, 648 milhões, 862 mil e 266 Kwanzas e poderão gerar mais de 90 novos postos de trabalhos.
Na mesma sequência, o ministro poderá orientar, quinta-feira, nos arredores da cidade do Huambo, o auto de consignação das obras de estancamento da ravina junto à centralidade do Lossambo, que ameaça “engolir” o projecto habitacional, assim como a erosão do bairro da Munda Paiva.
Em declarações à imprensa, o ministro da Construção, Urbanismo e Habitação, adiantou que o departamento ministerial está preocupado com a situação da progressão das ravinas.
Na ocasião, fez saber que o país controla um total de 742 ravinas e que, numa primeira fase, foi aprovada uma intervenção para 102, por apresentarem maior preocupação ao Governo angolano.
Sobre a visita ao Huambo, com o objectivo avaliar o conjunto de obras do sector, o governante disse, também, ser preocupante a situação da rede rodoviária da região, como as estradas e as pontes que serão apresentadas algumas soluções, ainda este ano, com o lançamento de algumas obras.
Por sua vez, a governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, afirmou que o estancamento destas ravinas se apresenta como uma solução para a protecção das vidas humanas e das diversas de infra-estruturas erguidas pelo Estado angolano e que muito representam para o desenvolvimento da região, com realce para os Caminhos-de-Ferro de Benguela, cujos desafios passam em garantir a interligação de Angola com outros países da Região Austral de África.
Apelou, por isso, ao cumprimento dos prazos estimados, por parte dos empreiteiros, para garantir o bem-estar da população.
Dados recentes do gabinete dos Serviços Técnicos e Infra-estruturas indicam para o controlo, desde 2022, de cerca de 15 ravinas que representam, do ponto de vista técnico, maior preocupação, tendo em conta o nível de progressão bastante intenso, sobretudo, nos municípios do Bailundo, Caála, Huambo e Longonjo.
Prédios em degradação
Na cidade do Huambo, capital da província com o mesmo nome, são controlados três prédios, que se encontram em risco iminente de desabar, por apresentarem um estado avançado de degradação e que albergam mais de 200 famílias.
Trata-se dos prédios da ex-Fapa, com mais de cem famílias, Angotel, com 70, e o da Energia, com um número estimado em 45.
De acordo com o governante, a situação destes prédios, sobretudo, o da ex-Fapa e do Angotel, com base nos dados do Laboratório de Engenharia de Angola, apresentam maior preocupação e que, por conta disso, o Ministério da Construção, Urbanismo e Habitação trabalha no plano de realojamento das famílias que ali vivem nos próximos tempos.
Em seguida, continuou, serão criadas condições para a demolição dos edifícios em causa.
Distribuição de lotes de terras para a auto-construção dirigida
No cumprimento da agenda de trabalho, o ministro visitou as centralidadse do Halavala, no município do Bailundo, e Fernando Faustino Muteka, no da Caála, tendo se mostrado satisfeito com a taxa de ocupação efectiva dos mesmos projectos habitacionais.
Entretanto, considerou, ainda, deficitárias as ofertas habitacionais no país e na província do Huambo, em particular.
Para mitigar a situação, fez saber que o Governo angolano trabalha num programa de distribuição de terras para a auto-construção dirigida, com a previsão, até de 2027, da cedência de 28 mil lotes, para reduzir o défice habitacional e criar condições para o sonho da casa própria.
Na quinta-feira, segundo e último dia da jornada de trabalho, para além de orientar, o ministro Carlos Alberto Gregório dos Santos vai visitar os edifícios em estado de degradação, em que se incluem as instalações da Faculdade de Economia da Universidade José Eduardo dos Santos. VKY/ALH