Ondjiva - A aproximação dos serviços básicos às comunidades e as acções de combate à fome, a melhoria no abastecimento de água potável e o acesso das vias de comunicação, constituem as principais linhas orientadoras dos novos administradores municipais da província do Cunene.
No âmbito da Lei nº 14/24, de 5 de Setembro a luz da nova Divisão Político – Administrativa (DPA), a província do Cunene ganhou oito novos municípios, nomeadamente Cafima, Nehone, Chiedi, Mupa, Chissuata, Naulila, Chitado e Humbe, passando de seis para 14 actuais.
Em declarações nesta quinta-feira à ANGOP, à margem do acto de empossamento, o administrador municipal do Humbe, António Luepo, frisou serem enormes os desafios com realce para a questão da água, sendo que maior parte das famílias enfrentam dificuldades de acesso e o crescimento de infra-estruturas sociais.
Fez saber que o município depara-se com problemas de serviços básicos essenciais, desde as vias de acesso, escolarização, serviços de saúde, o que será necessário para o desenvolvimento da região.
Para tal, acrescentou que dentro da disponibilidade financeira no quadro dos Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e do Programa Integrado de Combate à Pobreza, vão procurar promover os serviços básicos.
Para a administradora de Chissuata, Eufrásia Wakussanga, o município é uma região fértil e vai incentivar as comunidades no sentido de apostarem na agricultura, para produzirem seus próprios alimentos, visando o combate à fome e a redução da pobreza.
Disse que a acção prioritária é trabalhar na identificação dos problemas mediante acções de auscultação aos munícipes, sublinhando que a região debate-se com problemas de falta de estrada e de infra-estruturas de impacto social.
Pedro Tibério, administrador de Cafima, sublinha que a região é bastante vasta, onde grande parte dos criadores da província e do norte da Namíbia recorrem para prática da transumância do gado, sendo para tal necessário prestar atenção especial ao sector pecuário.
Salientou ainda que no âmbito da execução dos projectos estruturantes de combate à seca na província, o canal do Ndue para Embudo, será uma potencialidade que irá facilitar o abeberamento das populações, animais e prática agrícola.
“Com estas e outras potencialidades vamos aproveitar para alavancar o desenvolvimento do sector agrícola no município”, sustentou.
O responsável apontou ainda o sector da educação com o aproximar das instituições escolares no meio rural, o sector da saúde através da construção de novas unidades sanitárias e conclusão do novo hospital que será de grande valia para o município.
Já o administrador de Naulila, Dário Mweandagula, elencou a situação da fome e seca, entre outros sectores sociais da educação e saúde, como prioridade do seu mandato.
Disse que os desafios são maiores e numa primeira fase vai procurar identificar, no sentido de traçar prioridades, sendo que as que tiverem ao alcance serão intervencionadas.
Fernando Chiepo, administrador de Nehone, enfatizou que a região é bastante afectada pela falta de água e, por consequente, a fome devido as irregularidades das chuvas.
Reconhece que a situação sócio económica da região não é das melhores, assim como o estado das suas infra-estruturas, daí que vão procurar formas de desenvolver através da implementação de novos serviços rumo ao bem-estar da população.
A administradora da Mupa, Graça Quaresma Chityeni, ressalta que vai radiografar a região e interagir com as comunidades no sentido de auferir quais são as preocupações e trabalhar na promoção dos serviços de saúde, educação, agricultura em colaboração de todos munícipes.
Entretanto, o administrador do Chitado, Neto Baltazar, ressalta o diagnóstico prévio de uma região multicultural, no sentido de auferir os anseios das comunidades.
Já Ezequias Valungameka, administrador do Chiedi, elencou o diálogo com a população, com base numa governação participativa e de proximidade para saber as prioridades e definir linhas de acção.
Referiu pretender interagir com os cidadãos, para traçar infra-estruturas prioritárias, com a abertura e melhoria das vias de acesso, no sentido de aproximar os serviços administrativos junto à população.
No quadro da nova divisão político-administrativa, a província do Cunene passou de seis para 14 municípios, nomeadamente Cuanhama, Cahama, Cuvelai, Curoca, Ombadja, Namacunde, Cafima, Nehone, Chiedi, da Mupa, Chissuata, Naulila, Chitado e Humbe e 10 comunas.
A Lei nº 14/24, de 5 de Setembro, tem por finalidade adequar a Divisão Político-Administrativa às novas exigências do crescimento demográfico e das infra-estruturas, promover o equilíbrio na expansão dos aglomerados populacionais, clarificar os limites geográficos territoriais, tendo em conta as exigências do crescimento demográfico e das infra-estruturas. FI/LHE/SEC