Bocoio - Os habitantes da povoação de Embande, na comuna do Passe, município do Bocoio, em Benguela, clamam pela construção de uma escola primária e um posto de saúde, constatou hoje a ANGOP.
Com uma população estimada em mais de mil e 350 habitantes, maioritariamente camponeses, Embande é uma das oito povoações da comuna do Passe, no município do Bocoio, norte da província de Benguela.
A informação é do administrador comunal adjunto do Passe, João Muachilungo, que admite a existência de mais de 500 crianças a estudar em condições muito precárias.
Neste momento, referiu que há quatro salas de aulas precárias, distribuídas por duas catequeses e por debaixo de árvores, onde os alunos da iniciação à sexta classe aprendem o ABC, sem carteiras nem quadros apropriados.
Segundo o responsável, Embande é a única povoação da comuna do Passe que ainda não se beneficiou de nenhum projecto de infra-estruturas no quadro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
"É assim que temos vindo a advogar para que tenhamos uma escola definitiva, porque os alunos reclamam das péssimas condições em que estudam", acentuou, Informando de que os seis professores são insuficientes.
Sempre que chove, explicou, as aulas são interrompidas, uma situação que tem criado transtornos no processo de ensino-aprendizagem na localidade, sobretudo nesta época chuvosa.
Daí ter sublinhado que a povoação de Embande está a precisar de um estabelecimento escolar do ensino primário, para melhorar as condições no sector da Educação.
No capítulo da saúde, a povoação também vive dificuldades decorrentes da falta de um posto sanitário, para assegurar a assistência primária às populações.
Disse que, em caso de urgência, os doentes são transportados de mota até ao centro de saúde na sede da comuna.
Sobre a via de acesso terciária, numa extensão de sete quilómetros, João Muachilungo salientou que o seu estado de degradação está a dificultar a circulação rodoviária.
Para ele, o potencial agropecuário da região está praticamente desperdiçado, porque o mau estado da via tem desencorajado algumas iniciativas do sector privado.
Em carteira no quadro do PIIM para 2023-2024, está um projecto de terraplanagem desta via terciária de Ebande, para, como disse o interlocutor, dar outro alento a vida da comunidade.
Por seu turno, Zeferino Moço, soba da povoação de Embande, defende que a população só pratica a agricultura de subsistência, porque não há condições para escoamento dos produtos.
"Se o governo terraplanar a estrada, então vamos aumentar os níveis de produção e poderemos abastecer o mercado local", promete.
A autoridade tradicional mostra-se preocupada com o transporte de doentes em condições precárias, ressaltando a necessidade de um posto de saúde e enfermeiros.
De igual modo, pede ao governo especial atenção na construção de infraestruturas sociais, sobretudo a escola primária. JH/CRB