Moçâmedes - A apetência pelo lucro fácil é a principal causa de actos que danificam os bens públicos, agravada pela conduta de cidadãos que compram artigos de proveniência duvidosa, denunciou hoje, segunda-feira, em Moçâmedes, o governador do Namibe, Archer Mangueira.
O governador falava no acto de abertura do primeiro encontro provincial sobre a “vandalização de bens públicos”, promovido pela Polícia Nacional e salientou que esse fenómeno preocupa o governo e a sociedade, chamando a necessidade de traçar estratégias para combatê-lo.
Disse que a vandalização de bens públicos, para além de causar prejuízos avultados ao Estado, transmite uma sensação de desordem e insegurança na sociedade, daí a necessidade do reforço permanente das medidas de prevenção e combate cerrado.
“Aqui, no município de Moçâmedes, temos verificado com frequência a ocorrência de danos aos bens públicos, a nível das centralidades, onde são vandalizadas residências construídas com fundos do erário, para o benefício da população e que constituem património do Estado, que deve ser preservado”, disse.
Salientou ainda que esses actos estendem-se às estruturas ligadas aos caminhos-de-ferro, sistemas de transportação de água e de energia eléctrica.
“Embora reconheçamos as limitações e dificuldades nos órgãos dos Ministério do Interior, estou convicto que as nossas forças estão à altura do desafio e vão continuar a garantir a ordem e a segurança dos cidadãos, das instituições e da propriedade”, acrescentou o governador.
Para concretização dos objectivos deste encontro provincial, Archer Mangueira, disse ser imperioso desenvolver, nas comunidades, a cultura da denúncia e a cooperação necessária entre as forças de defesa e segurança e a população.
O governante espera que deste encontro saiam contribuições que concorram para mitigar esse fenómeno, por via de medidas concretas para o reforço da estratégia que visa inverter o actual quadro.
Na ocasião, o comandante da Polícia Nacional, no Namibe, comissário Alberto Sebastião Mendes, frisou que os órgãos de defesa e segurança estão prontos para garantir a segurança e a tranquilidade públicas, assim como proteger as instituições.
Para o comandante, combater actos de vandalização de bens públicos, não obstante ser uma tarefa dos orgãos de defesa e segurança, é importante a colaboração da população, que deve denunciar.
Durante o encontro, os participantes, entre efectivos da Policia Nacional, autoridades tradicionais, eclesiásticas, deputados, membros do governo e da sociedade civil estudante e outros, tomaram conhecimento da situação criminal na província.
Ao todo foram registados 937 crimes, destes 593 foram esclarecidos e resultaram na detenção de 713 presumíveis autores.