Caála – Os 132 moradores do edifício da ex-FAPA, na avenida 21º Aniversário da Independência, na cidade do Huambo, começaram a ser realojadas, esta quarta-feira, na centralidade Fernando Faustino Muteka, devido ao risco iminente de desabar.
A evacuação do prédio, cujo processo de realojamento decorrerá num período inferior a um mês, com o objectivo de salvar vidas humanas, resulta de uma avaliação técnica efectuada pelo Laboratório de Engenharia de Angola (LEA) que aponta um índice elevado de fissuras, por ter sofrido abalos de estrondosas bombas durante o conflito armado.
Em declarações à ANGOP, o chefe do Departamento do Instituto Nacional de Habitação na província do Huambo, Wilson Jordão Daniel, disse que a entrega das casas na centralidade Fernando Faustino Muteka encerra um longo processo levado a cabo, nos últimos meses, pela comissão multissectorial, incluindo os moradores do edifício.
Acrescentou que a comissão, criada pela governadora local, Lotti Nolika, deu primazia para os moradores que possuem vínculo com o Estado e àqueles que tenha já despoletado o processo de compra dos imóveis, num total de 24, dos 132 candidatos ao realojamento.
Apesar disso, explicou, o processo de restituição dos 24 imóveis já quitados, deverá levar algum tempo, enquanto se aguarda pela abertura, no aplicativo do Fundo de Fomento Habitacional, de uma ferramenta, para que estes não venham a pagar absolutamente nada.
Wilson Jordão Daniel esclareceu que aos demais moradores, na condição de arrendatários de um dos apartamentos do edifício da ex-FAPA, terão a obrigação de pagar 12 mil 503 Kwanzas/mês.
A pelou ao civismo dos beneficiários para a durabilidade dos equipamentos colocados à disposição, incluindo das próprias habitações.
De acordo com o responsável, após a evacuação, o prédio da Ex-FAPLA será bloqueado, para se evitar qualquer aproveitamento, como por exemplo a reocupação dos apartamentos.
Alguns beneficiários enalteceram o esforço do Governo da província do Huambo, pois a medida vai contribuir na melhoria da qualidade de vida e das condições dos habitantes.
Fernando Marcos, um dos beneficiários e funcionário público, disse que, apesar de ser uma nova realidade, trata-se de uma medida assertiva, pois demonstrada que o Governo é afinal de contas “paternal”, foco na protecção da vida humana e no bem-estar das famílias.
Filomena Luís, outra beneficiária, disse estar satisfeita com a iniciativa do Governo em realojá-los na centralidade Fernando Faustino Muteka, pois vivia num edifício em avanço estão de degradação e em situação bastante precária.
A medida surge depois de o Presidente da República, João Lourenço, ter autorizado a demolição de nove edifícios nas províncias do Bié, Cuanza Sul, Huambo e Luanda.
Em Despacho Presidencial nº 255/23, de 25 de Outubro, justifica-se a demolição dos referidos edifícios devido ao estado de degradação avançada, preservando o bem vida e garantir condições dignas de habitabilidade.
Conforme o Decreto, no Huambo está prevista a demolição do edifício ex-FAPA.
Inaugurada em Novembro de 2020, a centralidade Fernando Faustino Muteka, possui quatro mil e uma moradias de tipologia T3, entre apartamentos e vivendas em formato de térias e duplex.
Com vários equipamentos sociais, ligados ao sector de energia e águas, o projecto habitacional é, igualmente, composto por 240 espaços comerciais, três escolas primárias, duas secundárias, um instituto politécnico, centro de saúde, três centros infantis e dois jardins-de-infância.
A par deste centro habitacional, a província do Huambo conta com a centralidade do Lossambo, com duas mil e nove unidades habitacionais, e do Halavala, no município do Bailundo, com três mil e cinco moradias. MLV/ALH
