Luanda -A entrega de kits e micro-crédito à cooperativa no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza marcou, nesta segunda-feira, em Luanda, as comemorações do Dia Internacional da Mulher.
Foram entregues kits de pastelaria, de electricidade, de canalização e tarimbas aos cidadãos mais vulneráveis que fizeram a sua inscrição para apoio, bem como a entrega de um cheque de 500 mil kwanzas à Cooperativa de Mulheres do Município de Talatona (COOMENTA), pela Sociedade de Micro-crédito em parceria com o Fundo do Activo de Capital de Risco.
Com estes bens recebidos, os beneficiários irão fomentar o auto-emprego e melhorar a vida de suas famílias.
Uma das beneficiárias é Cristina Lucas, de 30 anos de idade, que beneficiou de um kit de pastelaria constituído por um fogão, uma arca, uma botija de gás, uma batedeira, formas e materiais de apoio com os quais poderá melhorar o seu trabalho.
“Antes fazia de forma manual, agora com estes meios poderei fazer melhor os meus produtos”, salientou.
Deficiente física e órfão de pais, Cristina Lucas diz que com o trabalho que realiza desde os 17 anos ajuda na despesa da casa de sua irmã com quem vive e o cunhado.
Outras beneficiárias são Josefa Lourenço Caetano, Luzia Manuel e Engrácia Manuel que receberam tarimbas para o manuseio do pescado, que agradeceram o gesto com o qual deixarão de contar o peixe no chão e ficar cheio de areia.
O acto de entrega foi feito pela ministra da Acção Social Família e Promoção da Mulher, Faustina Alves, que na ocasião destacou que o empoderamento político, social, económico, profissional e cultural das mulheres é a chave para que elas elevem o seu estatuto em todas as áreas de desenvolvimento, e, que se acabe com os estereótipos de que os grandes males sociais têm o rosto feminino.
Faustina Alves disse que o desenvolvimento sustentável dos países passa pelas mulheres, pelo reforço das suas capacidades e pelo reconhecimento das suas competências.
Salientou que a igualdade de género e o empoderamento da mulher constituem prioridade a nível político e uma premissa das estratégias de Angola para o alcance dos objectivos na redução dos índices de pobreza.
A par das festividades está patente uma feira de Artes e Ofícios na Marginal do Benfica com a participação de mulheres nos mais variados ramos do saber desde corte e costura, artesanato, saúde, decoração e eventos.
Também expuseram na feira mulheres filiadas na Polícia Nacional e do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.
As comemorações do Dia Internacional da Mulher decorrem sob o lema” Mulheres na liderança: rumo ao empoderamento económico em tempos de Covid-19 ”como forma de enaltecer a liderança feminina na luta contra a pandemia, uma acção que está alinhada com o programa das Nações Unidas para a promoção da Igualdade de género e empoderamento da mulher.
A luta das mulheres por melhores condições de vida e trabalho começou a partir do final do século XIX, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.
As jornadas de trabalho de 15 horas diárias, os baixos salários e a discriminação de género eram alguns dos pontos que eram debatidos pelas manifestantes da época.
Trata-se de uma celebração de conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres ao longo dos anos, sendo adoptado pela Organização das Nações Unidas e, consequentemente, por diversos países.
Vários acontecimentos levaram à criação de um dia especial para as mulheres. Um deles foi o incêndio numa fábrica de camisas em Nova York, ocorrido em 25 de Março de 1911, que mataria 146 pessoas, dessas quais 129 mulheres. O número de vítimas se explica pelas péssimas condições de trabalho e porque uma porta estava fechada para impedir a fuga das trabalhadoras.
O verdadeiro 8 de Março surgiu com as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, o que aconteceu em 1917 durante a Primeira Guerra Mundial.