Lubango - Um milhão, 320 mil pessoas de 17 municípios das províncias da Huíla, Namibe e Cunene vivem num estado de insegurança alimentar grave, devido à seca, revela um estudo realizado pelo Ministério da Agricultura e Florestas de Julho a Setembro deste ano.
O estudo teve o apoio financeiro do programa de Fortalecimento da Resiliência e Segurança Alimentar e Nutricional de Angola (FRESAN) e descreve que os Grupos mais vulneráveis estão a sobreviver da recolha e venda de produtos silvestres e da prestação de serviço na agricultura.
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira, no Lubango, durante um workshop sobre Vulnerabilidade, Segurança Alimentar e Nutricional, Análise e Medição do Índice de Resiliência na região, que visou divulgar os resultados da avaliação da segurança alimentar e nutricional.
Trata-se dos municípios da Chibia, Chicomba, Humpata, Jamba, Gambos e Quilengues, na Huíla; Bibala, Camucuio, Moçâcamedes, Tômbwa e Virei, no Namibe, assim como Cahama, Cuanhama, Curoca, Cuvelai, Namacunde e Ombadja, no Cunene.
A incidência da investigação foi sobre sete mil 72 agregados familiares espalhados em 57 comunas e 442 aldeias e o seu resultado servirá para elaborar uma linha de base dos indicadores de segurança alimentar e nutricional, com a finalidade de apoiar a planificação e execução de projectos de desenvolvimento provinciais e municipais da região.
Ao apresentar o estudo, o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, João Cunha, disse que a situação de insegurança deriva da subida dos preços da cesta básica, da fraca produção agrícola, perda de animais, escassez de água, fontes de abeberamento do gado e migração.
Destacou que para acudir essas pessoas é necessário uma combinação de intervenções urgentes, como a assistência alimentar e sanitária, distribuição de insumos agrícolas e aberturas de furos de água multiuso.
Para ele, o governo já está actuar nesse sentido, desenvolvendo programas estruturais para tornar as comunidades mais resilientes, como a construção de sistemas de armazenamento e transportes de água, onde destaca-se o Cunene, com construção de um canal.
Segundo a fonte, está igualmente em curso o programa de assistência social “Kwenda”, de transferência de rendas monetárias às famílias mais vulneráveis e está em preparação um programa de alimentação escolar que visa garantir que todas as crianças tenham acesso a educação e gozem de uma boa nutrição.
Conforme João Cunha, continuam em execução outros programas, visando aumentar a produção e produtividade de alimentos, bem como programas que conferem maior acesso a serviços básicos como saúde, abastecimento de água potável, saneamento, energia e vias de acesso.