Andulo – As populações em situação de vulnerabilidade do município do Andulo, na província do Bié, que beneficiam do Programa de Fortalecimento e Protecção Social (KWENDA), afirmaram hoje existir melhorias nas suas vidas, tão logo começaram a receber as Transferências Sociais Monetárias, em 2021.
Nesta segunda-feira, o Instituto de Desenvolvimento Local (FAS) iniciou com os pagamentos da 4ª e 5ª fases nesse município, com a previsão de abranger 46 mil e 954 famílias que vivem em 426 aldeias.
Para o Andulo, localidade que acolheu o lançamento do programa a nível provincial, no dia 29 de Abril de 2021, estão cadastrados até, ao momento, 51 mil 800 agregados nas comunas sede, Cassumbi, Chivaúlo e Calussinga.
Em declarações à ANGOP, Eva Ngueve, de 48 anos, disse que o dinheiro da primeira prestação, de 25 mil e 500 Kwanzas, usou para comprar medicamentos, para três filhos que se encontravam doentes, na altura.
Já ao beneficiar dos 51 mil Kwanzas referentes à segunda e terceira prestações, em 2022, começou a investir na sua casa, com compra de cimento, para pavimentação do chão e reboco das paredes.
Agora, ao receber 66 mil Kwanzas da quarta e quinta prestações, a senhora tem planos de adquirir uma lavra de um hectare e meio na comuna de Cassumbi, onde pretende cultivar milho, feijão e mandioca.
“Parece brincadeira, mas não. Apesar de ser já uma comerciante de fuba de milho, tenho muito a agradecer ao governo que nos trouxe do KWENDA, o que permitiu melhorar muito as nossas vidas”, aferiu.
Solicitou a continuidade do programa no sentido de aliviar a pressão que as famílias mais carenciadas enfrentam.
Já Augusto Luciano, de 31 anos, que também beneficiou das cinco fases, frisou que o dinheiro da primeira prestação comprou enxoval para a esposa que esperava o primeiro filho.
“Foi uma grande ajuda que recebi do governo, e nunca vou esquecer disso”, frisou o jovem, que na altura do nascimento do seu filho não dispunha de verbas para comprar roupas e outros utensílios necessários.
Ao receber a segunda e terceira prestações, com auxílio do seu pai, o jovem começou a erguer uma residência, com material local (adobe) e agora já pensa em melhorar a estética da residência com o dinheiro que acaba de beneficiar.
A administradora municipal do Andulo, Celeste David Elavoco Adolfo, assegurou que a administração local tem feito o devido acompanhamento nas famílias sobre a aplicação dos valores, onde a maioria está a investir na melhoria das suas residências bem como na criação de pequenos negócios.
“Temos vistos bons exemplos desde a primeira, segunda e terceira prestações, em que as famílias que estavam em situação deplorável hoje já conseguem caminhar por si”, realçou.
Das 46 mil e 954 famílias beneficiárias no Andulo, duas mil 393 vivem na sede do município.
Em declarações à imprensa, o director do FAS no Bié, Rizoni Costa Chivembe, disse que há famílias, que por ausências justificadas, não receberam as últimas prestações, facto que, neste momento, está a receber um valor acumulado referentes às três primeiras, num valor de 132 mil e 165 Kwanzas.
O município do Andulo tem uma população estimada em mais de 323 mil habitantes.
Em toda a província do Bié, estão cadastradas mais de 195 mil famílias, onde mais de 171 agregados já beneficiam do dinheiro nos municípios do Andulo, Nhãrea, Cuemba, Camacupa e Chitembo.
Por pagar, falta o município do Cunhinga, que já cadastrou mais de 23 mil famílias.
Inicialmente o valor fixou-se em oito mil e 500 Kwanzas por mês, em 2022 o valor subiu para 11 mil, em que cada agregado está a receber 33 mil trimestralmente.
Inclusão produtiva abrange 103 cooperativas
Cento e três cooperativas do município do Andulo beneficiam igualmente de diversos fertilizantes (adubos e amônio), bem como sementes melhoradas de tomate, cebola e repolho, no âmbito da Inclusão Produtiva, uma das componentes do KWENDA.
Segundo o director do FAS no Bié, Rizoni Chivembe, a acção visa incentivar o fomento da produção agrícola nas comunidades, consubstanciadas no fomento de bancos de sementes, distribuição de gado caprino e suíno, bem como na criação de caixas comunitárias, onde vários grupos receberam dinheiro para créditos, um processo que ainda este mês começa a receber os reembolsos.
O montante já disponibilizado para este efeito não foi avançado.LB/PLB