Luanda - O jornalista angolano Israel Campos venceu, esta sexta-feira, em Luanda, a primeira edição do prémio "Liberdade de Imprensa", promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), em parceria com a MISA-Angola.
Com a peça "Viúvas da seca", Israel Campos arrebatou o prémio que consiste numa estatueta e num valor de um milhão de kwanzas.
Israel Campos teve 97 pontos, seguido do jornalista João Marques, que obteve 92 pontos.
Na categoria de menção honrosa, a distinção foi atribuída ao Novo Jornal, pelo seu desempenho e trajectória na divulgação de matérias generalistas.
Presente na cerimónia de premiação, o secretário de Estado para a Comunicação Social, Nuno Caldas, disse que os jornalistas angolanos têm contribuído, no quotidiano, para a elevação do Estado democrático e de direito.
Segundo o secretário, os profissionais contribuem com o exercício responsável e comprometido da actividade, associada a pluralidade de opinião e rigor do direito à informação e de informar.
Salientou que o ideal num estado de direito é requerer cidadãos bem informados e formados, onde a comunicação social exerce um papel na consciencialização dos cidadãos num espaço público de transparência e a versatilidade para assegurar um bem comum.
Apontou que a missão dos jornalistas favorece o exercício da cidadania e reforça a vitalidade da democracia. “O Estado está empenhado e reafirma a promoção de um ambiente político favorável que propicie a elevação da liberdade de expressão e informação”.
Na ocasião, o responsável reiterou o empenho do Governo nas acções para o fortalecimento do sector.
Nuno Calda exortou aos profissionais para primarem pelo exercício de um jornalismo cada vez mais competente, rigoroso, responsável, comprometido, isento e patriótico, que respeita a ética e deontologia profissional.
Sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, disse que constitui um momento de reflexão para a sociedade, em especial para os jornalistas.
Intervindo no acto, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) pediu maior pluralidade nos órgãos públicos, com a inserção, nas suas agendas, de todas as matérias de interesse público.
"Temos que ter coragem de fazer reformas que permitam com que o mundo encare de forma diferente a nossa democracia, porque a liberdade de imprensa é o espelho da democracia", acrescentou.
Salientou que a liberdade de imprensa deve interessar a todos, incluindo Governo, Parlamento e tribunais, pois uma media com qualidade faz um trabalho que pode ajudar o Governo.
Sobre a avaliação no ranking do Repórter Sem Fronteira sobre a Liberdade de Imprensa, onde Angola passou da posição 124 para 104, o responsável frisou que não traz satisfação, pelo facto de haver países como a Namíbia, Cabo-Verde, África do Sul entre os 30 primeiros do mundo.
Por outro lado, Teixeira Cândido falou da necessidade da atribuição de competências a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERCA), que permitam actuar mais do que actualmente faz, tendo, por isso, recomendado um avanço necessário no capítulo legislativo para a sua actuação.
O prémio foi instituído no dia 3 de Maio de 2023, durante a realização da primeira Conferência Nacional de Jornalistas. Tem como objectivo reforçar e valorizar o desempenho dos profissionais da comunicação social no país.
O prémio distingue os jornalistas pela qualidade, audácia, comprometimento com a verdade e incentiva um verdadeiro jornalismo de investigação.
Foram avaliados trabalhos jornalísticos divulgados de Maio de 2023 até Fevereiro de 2024, que contribuíram para fortalecer a liberdade de imprensa.
A distinção tem carácter anual e será feita todos os dias 3 de Maio, data instituída pela UNESCO para celebrar o exercício livre e independente do Jornalismo no mundo. SJ/OHA