Zango - A comuna de Calumbo, em Luanda, inaugurou este sábado o seu Marco Histórico, no dia em que completa 447 anos de existência, numa homenagem aos 21 mártires do “Massacre de Calumbo”, de 10 de Outubro de 1961.
A cerimónia foi orientada pelo administrador municipal de Viana, Demétrio de Sepúlveda.
O memorial foi erguido no local, onde foram mortos e enterrados combatentes como Adão Luís, Amaral Simão, António Manuel Sérgio, Avelino Ferreira, Avelino Galdino, Camulça Adão, Domingos José, Francisco Domingos, João Batista e Lopes José.
Constam da lista nomes como Adão Bernardo Cambiri, Adão Francisco Cabusso, Adão Francisco Matari, Domingos José, Domingos Camixinda, Frasão José, Jorge Baião, José Garcia, Mateus Bernardo, Pedro de Sousa e Pedro Domingos Francisco.
De acordo com o ancião da comuna, Adão Ventura, os nomes mencionados são aqueles que foram possíveis recolher das pesquisas feitas e a sua morte resultou de um massacre perpetrado pelos colonos portugueses ao longo do corredor do rio Kwanza.
Para Adão Ventura, essa luta anti-colonial começa, em 1400, nesta região do kwanza, com a ocupação por colonos holandeses, que construíram alguns fortes como o do São José de Calumbo, da Nossa Senhora da Muxima e de Massangano.
Depois de 82 anos, disse, chegaram os portugueses, com Paulo Dias de Novais no comando, entrando pela mesma via e chegando a Calumbo.
Mantiveram o primeiro contacto com o soba Muene Ngana Calumbo, antes de atingir o destino de Massangano, numa relação que gerou conflitos pleo negócio de escravos.
Segundo o ancião, essas fricções contínuas resultaram na morte dos jovens de Calumbo, em 1961, por comungarem dos ideias de 4 de Fevereiro do mesmo ano.
Para o administrador municipal de Viana, Demétrio de Sepúlveda, que inaugurou o memorial, a história de Calumbo confunde-se com a de Luanda, em relação à chegada dos colonizadores a Angola.
Neste contexto, acrescentou, a comuna de Calumbo, a par de outros pontos do país, deve ter a mística de local, por excelência, do turismo cultural e religioso, tendo em conta as potencialidades e os marcos culturais da história de Angola aí existentes.
Comuna de Calumbo
Inicia-se na entrada principal do Zango 8 e se estende até às margens do rio Kwanza, com uma porção de terra com aproximadamente 500 hectares até ao do Parque Nacional da Quiçama.
A comuna tem uma extensão territorial de 129.500 quilómetros quadrados, onde viviam, de acordo com os dados do Censo Populacional e Habitação de 2014, cerca de 24 mil habitantes.
A administração refere, porém, que o número de habitantes aumentou para cerca de 80 mil, distribuídos por 13 bairros, designadamente, a comuna sede, Ana Nguengue, Bairro 15, Mbanza Calumbo, São Pedro, Agostinho Neto, Bairro da Paz, Mateia, Cassaca I e II, Kienza, Njinga e Projecto 43.
A comuna tem um forte potencial na produção de tomate, cebola, couve, cenoura, berinjela, alface, pimento, pepino, batata doce, batata e quiabo, bem como dispõe de potencialidades nas áreas das pescas e do turismo.DP//ART