Menongue - A representante do Instituto Nacional de Luta Anti Drogas (INALUD) no Cuando Cubango, Clotilde Chindanda, defendeu a necessidade da construção de um centro de reabilitação de toxicodependentes, para facilitar o seu acolhimento, tratamento e reintegração social.
O antigo centro, pertencente à Organização Não Governamental Cruz Azul, deixou de funcionar há mais de três anos.
Em declarações hoje (sexta-feira) à ANGOP, Clotilde Chindanda salientou que para a criação de um centro exige a formação de psiquiatras e o estabelecimento de uma quota orçamental para a sua melhor gestão e acompanhamento das psicoterapias, sobretudo para o tratamento psicofarmacológico.
Sem detalhar, avançou que o INALUD pretende implementar um projecto denominado “Casas dias”, centros onde os pacientes toxicodependentes podem passar o seu dia com o acompanhamento de especialistas, num programa preenchido com palestras, formações técnicas, académicas e aulas motivacionais.
No entanto, realçou a responsável, enquanto se aguarda pela implementação das referidas casas, ambiciona-se apostar, num curto espaço de tempo, pelas “Sentadas sabatinas”, que serão encontros em que os especialistas vão ao encontro dos toxicodependentes para a realização de psicoterapia em grupo, nos mais variados bairros.
Esses projectos, segundo a psicóloga, poderão minimizar o número de utentes e danos da toxicodependência detectados no seio das comunidades.
Informou que, em 2023, a instituição realizou 11 palestras preventivas nas escolas e comunidades suburbanas, como forma de persuadir e reduzir o uso de substâncias psicotrópicas, acções que contaram com a participação de mil e 754 pessoas, dos sete aos 60 anos de idade, bem como debates radiofónicos.
Para o seu êxito, precisou, a instituição contou com o envolvimento directo de autoridades tradicionais e religiosas, comissão de moradores, líderes juvenis e população em geral.
Questionada sobre os passos a seguir depois de identificado o toxicodependente, Clotilde Chindanda disse ter poucas denúncias, mas os casos recebidos referem-se a usuários ou familiares que pedem ajuda e são automaticamente encaminhados ao departamento de saúde mental, adjacente ao gabinete provincial de saúde.
Fez saber que em 2023 foram atendidos 13 pacientes, para além de oito que se encontram, actualmente, em acompanhamento no Hospital-Geral do Cuando Cubango.
Os parceiros na realização das actividades de prevenção primária, segundo informou, são pessoas ligadas à saúde mental, ao Serviço de Investigação Criminal e ao Gabinete provincial da Acção Social, Família e Igualdade do Género.
Reiterou que as consequências das drogas são várias e recaem, em primeira instância, sobre o indivíduo, com a perda da capacidade de socialização, das faculdades mentais, da capacidade laboral ou acadêmica, bem como a desestruturação familiar e, consequentemente, social.
Por isso, aconselhou a sociedade, de forma geral, no sentido de evitar ou reduzir ao máximo o consumo de bebidas alcoólicas, mantendo o foco na concretização de metas dignas e úteis para a sociedade. MSM/ALK/FF/PLB