Catumbela – As questões técnicas que condicionavam o arranque das obras de terraplenagem da via de oito quilómetros de acesso à comuna piscatória da Praia do Bebé, no município da Catumbela, podem ser resolvidas em breve, soube a ANGOP.
Anunciado em finais de 2020, no âmbito do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), o projecto de terraplenagem deste troço que liga a vila-sede da Catumbela à comuna da Praia do Bebé ainda não arrancou, situação que deixa os automobilistas e a população agastados.
Na altura, as autoridades da Catumbela projectavam um pacote de obras de terraplenagem de 43 quilómetros de vias de acesso a três comunas do município, nomeadamente Praia do Bebé, Gama e vila-sede, para a melhoria das condições de circulação da população no interior dos bairros.
Mas, um impasse entre as autoridades locais e as empresas, relativamente ao custo do projecto apresentado na fase de concurso público, causou a morosidade da obra projectada para a Praia do Bebé, mais de três anos após o seu anúncio.
A propósito, o administrador municipal adjunto para o sector Técnico, Infra-estruturas e Serviços Comunitários da Catumbela, Arlindo Bonifácio, admite que a morosidade para o arranque da terraplenagem é uma preocupação que o Governo quer ver resolvida o mais brevemente possível.
“As razões são meramente técnicas, mas vamos aguardar que a situação seja resolvida”, justificou. E acrescenta: “Este projecto vai sair do papel, mas ainda não conseguimos dizer o dia”.
Para o responsável, as autoridades estão a fazer tudo para resolver este problema que se arrasta há já algum tempo, de maneira que o projecto seja executado.
Escusando-se a avançar datas, o administrador municipal adjunto acredita que a qualquer momento os munícipes irão ver o arranque definitivo desta obra.
Segundo ele, a intervenção está projectada a partir da estrada – já asfaltada - que dá acesso ao campus da Universidade Katyavala Bwila, junto à fábrica da Cervejeira Soba Catumbela, até à administração comunal da Praia do Bebé.
Por isso, Arlindo Bonifácio tranquiliza os habitantes daquela zona, garantindo que o projecto de terraplenagem continua na agenda das autoridades locais, pelo que as obras terão o seu início tão logo estejam ultrapassados os condicionalismos técnicos.
Além desta via, aquele responsável diz ser pretensão do Governo Provincial de Benguela resolver o problema de outras vias secundárias e primárias no município da Catumbela.
Revisão do projecto
Já o director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) da Administração Municipal da Catumbela, Ângelo Tchimboto, esclarece que os valores das propostas da empreitada que haviam sido apresentadas pelas empresas eram altos demais, o que ditou a sua renegociação.
Segundo ele, neste momento, aguarda-se apenas pelo financiamento para o tão almejado arranque do projecto, isto porque já foi feito todo o procedimento técnico.
Expectativas
João Manuel Guilherme, administrador comunal da Praia do Bebé, queixa-se da acentuada degradação daquela via, agravada com as chuvas dos últimos dias, o que tem criado inúmeros transtornos aos automobilistas e motociclistas.
Daí exprimir a expectativa dos habitantes quanto à execução do projecto de terraplenagem da via de acesso, devido às péssimas condições de circulação.
Visto que a comuna tem enorme potencial agrícola, por ser alimentada pelo rio Catumbela, João Guilherme prevê que a reabilitação deste troço venha a facilitar a vida dos camponeses no escoamento dos produtos do campo para os mercados locais, para além do pescado.
Na comuna da Praia do Bebé, com mais de 15 mil habitantes, subdivididos por sete bairros e uma aldeia, segundo um levantamento feito pela ANGOP, apenas duas obras sociais do PIIM foram concluídas, sendo uma escola primária de sete salas de aula e um posto médico.
Com uma divisão administrativa que compreende as comunas da Catumbela (vila-sede), do Gama, Praia do Bebé e do Biópio, o município da Catumbela conta com mais de 205 mil habitantes. JH/CRB
