Benguela - A Inspecção Geral do Trabalho (IGT) suspendeu, esta terça-feira, a actividade laboral de uma empresa de construção civil, na cidade do Lobito, província de Benguela, por incumprimento das condições laborais, soube a ANGOP.
Segundo a directora dos Serviços Provinciais de Benguela da IGT, Lucy Livongue, a empresa em causa não respeita os limites do horário de trabalho, descanso semanal e complementar.
Na mesma senda, a unidade não tem inscritos os seus trabalhadores no sistema de segurança social, detectou-se a falta de equipamentos de protecção individual (EPI), falta de condições de segurança e higiene no trabalho e apresenta a mesma condições precárias.
“Neste momento, vamos suspender a actividade até que a empresa cumpra com as normas e as recomendações deixadas. Sem as condições laborais criadas, não levantaremos a suspensão.Tudo dependerá da dinâmica da empresa", disse, mas fez saber que o salário dos trabalhadores está salvaguardado.
Explicou que se trata da primeira visita da IGT à referida empresa, visando fazer cumprir os pressupostos legais e a Lei Geral do Trabalho.
Na ocasião, disse que, até ao momento, 12 empresas da província de Benguela já foram suspensas, sendo apenas reabertas após cumprimento das recomendações e da lei.
Informou que, de Janeiro até ao momento, a IGT aplicou, na província de Benguela, 330 multas, sendo que 80 por cento das empresas cumpriram com o pagamento das mesmas.
O trabalhador Domingos Terra disse que o problema da unidade suspensa prende-se com a falta de quase tudo, desde EPI, de dormitórios, casas de banhos, aos salários baixos, despedimentos ilegais, alimentação deficiente, água de consumo não adequada e mau cheiro nas instalações.
"Para além de sermos tratados muito mal, aqui trabalhamos de segunda a domingo, com horário das 6h15 às 17h30 minutos, e quem se atrasar um pouco é expulso do trabalho”, disse. CRB