Cuito – Onze campos minados e armadilhados com diversos engenhos explosivos foram limpos na província do Bié, durante o ano de 2024, mais três em relação a 2023, num trabalhão efectuado pela ONG britânica “Halo Trust”.
Os números foram avançados, nesta quinta-feira, pelo director de base da Halo Trust no Bié, João Baptista, quando fazia o balanço das actividades realizadas em 2024, altura em que completaram também 30 anos desde que se instalaram nessa região (1994-2024).
Os referidos campos desminados estão localizados nos municípios do Cuito, com quatro, igual número no Cunhinga, e três no Cuemba.
As áreas clarificadas correspondem a 599 mil e 384 metros quadrados.
O responsável disse que, no mesmo período a Organização Não Governamental desactivou e destruiu 55 minas anti-pessoais, menos 74, assim como 21 minas anti-tanques, mais 18.
Foram destruídas ainda três mil e 104 munições de pequenos calibres, mais mil e 540, bem como mil e 225 Uxus diversos, entre os quais figuram morteiros, projectis, rocketes, mísseis e granadas, mais 339 comparado com período anterior.
João Baptista informou que neste momento decorrem trabalhos em outros 12 campos, nos municípios do Cunhinga, Camcupa e Cuemba, que poderão ser concluídos neste ano de 2025.
Num resumo dos trinta anos de existência nessa região do centro do país, o director de base da Halo Trust, João Baptista, informou que já desactivaram oito mil e 272 minas diversas, das quais seis mil e 719 anti-pessoais e mil e 553 anti-tanques.
Neste 30 anos, foram ainda removidas e destruídas 40 mil e 736 outros explosivos não detonados, assim como uma quantidade elevada não determinada de munições.
No total foram limpos 364 campos.
João Baptista disse ainda que a limpeza destas áreas permitiu a restauração de várias infra-estruturas sociais e económicos e outros equipamentos, assim como o aumento das áreas de produção agrícola e a livre circulação de pessoas e bens.
O responsável assegurou que a Halo Trust ainda tem por desminar 98 campos a nível de todos os municípios da província do Bié.
Nesta altura, adiantou, a organização está empenhada na sensibilização das populações, sobretudo das zonas suburbanas sobre o perigo que as minas e outros engenhos explosivos representam nas comunidades, no sentido de evitar mortes e mutilações.
Apelou à população a continuar a colaborar com as autoridades, no sentido de denunciar as entidades competentes, sempre que se deparar com um campo suspeito ou minado. AS/PLB