Luena - Cidadãos residentes na província do Moxico defenderam a implementação de políticas para retenção de quadros na região, com vista a contribuírem no crescimento económico e social desta circunscrição, que esta sexta-feira, completa 106 anos de existência.
Ao abordar as “Políticas de atracção e retenção de quadros”, durante um fórum denominado “Pensar Moxico”, no quadro da celebração dos 106 anos da província, o especialista em Administração Pública, Vadgildo Catenga, disse que a saída massiva de quadros desta região para outros pontos do país, deve-se a fraca implementação de políticas de retenção e atracção da população.
Segundo o académico, o baixo salário, o elevado custo de vida e o fraco investimento na região, caracterizada pela falta de vias de acesso e zonas atrativas, são as principais razões que motivam a saída da população local para fixarem residências em outras regiões.
Nesta perspectiva, a cidadã Belúcia Tomé,formada em Psicologia Educacional, defendeu a criação de políticas de empregabilidade juvenil, acompanhadas pela forte aposta nos sectores da educação e saúde para atracção e retenção dos quadros locais.
Enquanto isso, o Jurista Ezequiel Miza advogou a necessidade de criar programas de incentivos à juventude, para constituição de pequenos negócios, a fim de proporcionar o surgimento de mais empresas e de serviços, opinião corroborada pelo regedor, Muamboma, autoridade tradicional da localidade do Boma, que pede igual modo a reabilitação das estradas.
Já o especialista em Hotelaria e Turismo, Manuel Bandeira, reiterou a necessidade de se encontrar estratégias mais adequadas para atracção de investimentos na “indústria da paz”, começando pela inventariação de todos pontos turísticos nas Administrações Municipais.
Após a inventariação destes pontos, disse, há necessidade dos municípios do país criarem os respectivos planos directores do turismo.
Por sua vez, o governador provincial, Ernesto Muangala fez uma retrospectiva dos ganhos de que a província teve desde o alcance da paz, destacando os investimentos nos sectores eléctrico, da saúde e educação, acções que, segundo o dirigente, tem permitido a província a reerguer-se dos “escombros da guerra”.
A província mais antiga da Região Leste do país e a mais nova entre as situadas ao longo do Corredor do Lobito (Benguela, Huambo e Bié) foi elevada a esta categoria a 15 de Setembro de 1917, por via do Decreto 3365.
Moxico representa 17 por cento de extensão do território nacional, maior que a junção das províncias mais populosas do país, nomeadamente Luanda, Huíla, Benguela, Huambo, Bié e Cabinda.
Administrativamente, a província tem nove municípios, nomeadamente Alto Zambeze, Bundas, Camanongue, Léua, Luacano, Luau, Luchazes, Cameia e Moxico.
Com nove municípios e 21 comunas, a província do Moxico é limitada ao norte pela província da Lunda Sul e pela República do Congo, ao leste pela Zâmbia, ao sul pelo Cuando-Cubango e, ao oeste pelo Bié. TC/YD