Benguela – O projecto de reestruturação da marginal da praia Morena até à foz do Rio Cavaco, "engavetado" há anos, por falta de verba, finalmente poderá arrancar, por via do Programa das Infra-estruturas Integradas de Benguela, já em curso.
De acordo com o vice-governador de Benguela para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Adilson Gonçalves, que falava à Angop, trata-se de um antigo projecto que vai ser materializado "agora" e prevê, entre outros, uma nova marginal, com calçadão e pista de ciclovia, desde o Palácio à praia Morena até à foz do Rio Cavaco.
Neste momento, disse que já começaram os trabalhos de levantamento de um total de 560 residências que serão demolidas, a maioria de pescadores do bairro do Matadouro, próximas à faixa de areia, por se encontrarem no perímetro onde vai passar a futura avenida.
Porém, garante que, logo que a obra arrancar, as famílias afectadas pelas demolições serão realojadas num bairro nas proximidades da estrada Benguela/Baía Farta, onde o governo prevê construir 450 casas.
E fez saber que outro grupo de desalojados deverá ser reassentado numa área, ainda em estudo, entre as imediações do bairro do Tchipiandalo ou Kawango, na parte norte da cidade de Benguela.
Assumiu que a obra da marginal da praia Morena até à foz do Rio Cavaco insere-se no Programa das Infra-estruturas Integradas das cidades do litoral da província, que, no entanto, já arrancou em Janeiro, com a intervenção em três vias estruturantes do Lobito, enquanto outras empreitadas estão prestes a iniciar.
“Em termos físicos ainda não começou [a nova marginal]. Começamos apenas com os trabalhos de levantamento das residências no perímetro onde vai cruzar essa avenida”, esclareceu, admitindo que todas as construções irregulares, dentro do perímetro da avenida, vão desaparecer, excepto dois restaurantes, por estarem fora do perfil da estrada.
Aquele responsável indica que o Programa das Infra-estruturas Integradas das cidades de Benguela e do Lobito, e vilas da Catumbela e da Baía Farta, será executado em cinco anos, acrescentando que, de momento, está-se a “atacar” o prioritário, como as vias rodoviárias estruturantes degradadas.
PIIM requalifica infra-estruturas da Praia Morena
Relativamente à primeira fase da requalificação da praia Morena, entre o bairro da Goa até ao Palácio, adiantou ser um projecto financiado pelo Programa Integrado de Intervenção Municipal (PIIM) e já foram recuperados os lancis e um dos sentidos da via até já está pavimentado com tapete asfáltico.
“O outro lado ainda só tem a base”, avançou, acrescentando que a iluminação pública já está substituída, estando ainda previstos novos assentos e quiosques, de forma a melhorar a imagem do local, o que inclui ainda re-arborização com palmeiras em vez das antigas casuarinas.
Segundo o interlocutor, a requalificação da praia Morena está dividida em duas fases. A primeira compreende a parte que sai do ponto final até ao Palácio, já em curso. E a segunda, ainda em fase de estudos, será entre o palácio até à foz do rio Cavaco.
Local preferido dos munícipes e turistas, a praia Morena, banhada pelo oceano Atlântico, é o principal cartão-postal da cidade de Benguela. É muito frequentada porque situa-se próximo à cidade em relação às outras, aliada à sua beleza natural e tranquilidade.
Nos últimos anos, o avanço de construções em betão em direcção ao mar tem feito com que ambientalistas e académicos levantem suas vozes em defesa do ambiente costeiro.
Exemplo disso, são algumas obras em cima da areia do mar, sobretudo na zona do Pequeno Brasil, embargadas por ordem judicial, após denúncia pública.