Cuito - O Governo do Bié quer adesão dos deficientes físicos, visuais, auditivos e surdos na linha de financiamento do Agro-negócio do Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), com crédito até sete milhões de Kwanzas.
De acordo com o director da Cultura, Turismo e Juventude e Desportos do Bié, Nelson Calumbo Quinta, que falava no acto alusivo ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, assinalado quarta-feira, a adesão dos deficientes nesta linha de financiamento pode estimulá-los a fomentar o auto-emprego e sustento das famílias.
Por sua vez, a administradora adjunta do Cuito, para a área Financeira e Orçamento, Carla Solange, assegurou que as autoridades locais vão promover acções formativas de empreendedorismo para os deficientes físicos, visuais, auditivos e surdos que pretenderem afluir nesta linha de crédito.
Encorajou, por isso, para a necessidade dos mesmos apostarem seriamente na formação profissional, como forma de permitir que adquiram outras valências, assim como possam criar mais postos de emprego e o auto-sustento.
Apresentado em Novembro aos membros do Governo e da sociedade civil, na cidade do Cuito, a ideia é permitir que os cidadãos apresentem projectos viáveis junto do Kixi-Crédito nesta região, com vista a merecerem a sua aprovação e, consequentemente, beneficiarem de créditos.
No Bié são controlados mais de 20 mil deficientes.
Dificuldades dos deficientes
O presidente da associação provincial do Bié dos Deficientes, Amilcar Chipindo, defendeu a necessidade do Governo criar mais políticas inclusivas, que possam facilitar esta franja da sociedade, tais como acesso ao ensino, emprego, habitação, agricultura, entre outras.
Amilcar Chipindo adiantou ainda que esta camada enfrenta, actualmente, um problema que se prende com a falta de uma escola Especial do Ensino Médio, sendo que a única é do I ciclo e está apenas no Cuito, deixando muitos alunos sem possibilidade de prosseguirem a formação académica.
Entretanto, a directora do Gabinete local da Acção Social, Família e Igualdade do Género, Deolinda Belvina Gonçalves, destacou o papel que esta franja da sociedade desempenha, assegurando que o Governo continuará a materializar políticas públicas inclusivas que visem a melhoria das condições de vida dos deficientes.