Caxito – O governo da província do Bengo vai, em 2023, primar pela autoconstrução dirigida, para resolver o problema gritante de falta de habitação na região.
Em entrevista à Rádio Bengo, a propósito de projectos e iniciativas do governo provincial para o quinquénio, o vice-governador para os serviços técnicos e infraestruturas, Edson da Cruz, sublinhou que o governo não é a favor do realojamento das populações, mas sim pela autoconstrução dirigida.
Por isso, o governo sugeriu a construtora Odebrecht, responsável pelas obras do Terminal Oceânico, na Barra do Dande, velar pela envolvente do projecto, nomeadamente, os projectos habitacionais de médio padrão e juntos trabalharem para definir um perímetro para a autoconstrução.
Neste momento a empresa está a avaliar com os patrocinadores os terrenos para infraestruturar e posteriormente trabalhar com a Empresa Gestora de Terrenos Infraestruturados (EGTI).
Edson da Cruz sublinhou que estes passos só serão dados depois de feita uma reverificação das reservas fundiárias, pois precisam de ser demarcadas novamente ou actualizadas, para não se correr o risco de se promover o processo em zonas não adequadas.
“Nós faremos tudo para que este programa se efective não só no município do Dande mas a nível de toda a província”, frisou.
O responsável informou também que enquanto os planos diretórios municipais estiverem a ser elaborados, o governo do Bengo está focado na reactualização do plano urbanístico do município do Dande.
“Tudo isso são componentes que visam realizar um projecto de autoconstrução dirigida com alguma segurança, para não corrermos o risco de termos os planos diretórios a colidirem com as construções que vamos realizar” pontualizou.
Quanto a estratégia de melhor aproveitamento dos terrenos adjacentes à zona de construção da centralidade e do hospital geral, esclareceu que os terrenos que não tiverem direito de superfície não serão concedidos, não só no Bucula, mas também nas zonas onde há perspectiva de crescimento da cidade de Caxito.
Os que possuírem este direito, disse, o governo vai encontrar um meio termo com os seus detentores.
“O governo tem necessidade de implantar equipamentos sociais na província, daí a necessidade de se fazer uma reverificação naquilo que são as demarcações das reservas fundiárias”, referiu.
Em relação as construções emergentes nas linhas de água, nas proximidade da zona do Bucula, esclareceu que a solução para estancar o fenómeno passa pela autoconstrução dirigida.
No que toca aos investimentos, o vice-governador informou que a província possui muitas solicitações não só para o Dande, como também para os demais municípios.
Apontou a existência de empresas interessadas em implantar estaleiros, investir nos ramos metalúrgico, de incineração, entre outros.
As vias de acesso, a travessia sobre o rio Zenza, a necessidade de interligar a localidade do Panguila à Funda, a circular de Caxito, nomeadamente a estrada nacional número 100 (o seu alargamento) e os transportes públicos estão no leque preocupações do governo provincial do Bengo para o presente ano.