Malanje- O vice-governador de Malanje para o sector Político, Social e Económico, Franco Mufinda, apelou hoje, sexta-feira, nesta cidade, às empresas de exploração mineira, no sentido de legalizarem a actividade, para que contribuam no crescimento da economia nacional.
De acordo com o responsável, o exercício ilícito dessa actividade, pode resultar em conflitos com as comunidades e com o Estado, bem como causar danos ambientais irreversíveis e afectando o habitat animal, por isso urge a legalização, para se acautelar eventuais riscos.
Falando na abertura de um workshop sobre “O papel do trabalhador mineiro no desenvolvimento sustentável e as potencialidades mineiras de Malanje’’, realçou que a par da legalização, a actividade deve ser desenvolvida com responsabilidade, através de tecnologias limpas, medidas de segurança no trabalho e respeito pelas comunidades.
Apontou a mineração como força motriz da indústria e de geração de empregos e de rendas, que ajuda a reduzir a pobreza e a promover o desenvolvimento económico.
Por outro lado, Franco Mufinda apontou que Malanje tem inúmeras potencialidades minerais, como diamante, ouro, ferro, fosfato, mármore, granito, entre outras, que podem capitalizar o crescimento económico, gerando postos de trabalho e outros benefícios, mas carece de investidores, sendo que estão catalogadas 53 empresas e cooperativas legalizadas, mas apenas sete funcionam.
Frisou que o diamante e manganés são os recursos minerais mais explorados em Malanje, acrescentando por outro lado que existem cerca de 350 empresas de venda de derivados de petróleos, incluindo bombas de combustíveis, lubrificantes e distribuidoras, insuficientes para atender a demanda.
Relativamente a empresas legais de exploração de inertes disse existirem apenas cinco (quatro no município de Cacuso e uma em Mucari), com um acumulativo de 100 trabalhadores, números muito irrisórios para atender os 14 municípios.
Realçou que até então a província contava com cerca de dois mil trabalhadores do sector mineiro, mas actualmente possui apenas 500, devido a eliminação de muitas empresas, daí a necessidade de se trabalhar para recuperar a estatística dos anos anteriores.
Por sua vez, o director do Gabinete Provincial do Desenvolvimento Económico Integrado, Pedro Gingi reiterou a necessidade de exploração das potencialidades minerais da província, com vista a promoção do desenvolvimento económico.
Com duração de dois dias, o workshop enquadra-se nas comemorações do dia do trabalhador mineiro de Angola, a assinalar-se sábado (27) e nele serão abordados questões relacionadas com o estado actual do sector na província, direitos, deveres, condições de trabalho, o impacto ambiental resultante da extracção mineira e medidas de mitigação, doenças de trabalho no sector mineiro, o seguro no sector mineiro e derivados do petróleo e pagamento de impostos.
Promovido pelo Gabinete Provincial do Desenvolvimento Económico Integrado, o evento visa mostrar os tipos de minerais existentes na província e os mais explorados, bem como estimular a captação de investimentos privados e criação de parcerias estratégicas e vai culminar com visitas a unidades mineiras do município de Cacuso.
O dia 27 de Abril, foi institucionalizado em 1985, como dia do trabalhador mineiro de Angola, em reconhecimento ao empenho e contributo destes no desenvolvimento económico e social do país. NC/PBC