Ondjiva -Sessenta mil famílias vulneráveis da província do Cunene serão abrangidas no Projecto de Fortalecimento de Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional (Fresan), que visa mitigar a carência de água e alimentos à população do sul de Angola.
Em curso desde 2018, o projecto financiado pela União Europeia, num montante de 64 milhões de euros está a ser implementado nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe.
Com o prazo de execução até Agosto de 2024, tem como foco o acesso à água, promoção de segurança alimentar e nutricional, bem como pequenas iniciativas de transformação e comercialização.
Em declaração, nesta quarta-feira, à Angop, o técnico de comunicação do Fresan, Ricardo Martins, disse que o projecto tem por objectivo reduzir à fome, pobreza, vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional, através do reforço da resiliência e produção agrícola sustentável das famílias.
Disse que desde a implantação do projecto foram disponibilizados 10 milhões 19 mil e 917 euros para implementação de nove projectos, destes quatro são da província do Cunene.
Trata-se dos projectos, “comunidades mais resiliência e melhor nutrição”, destinado ao apoio de mães e crianças, aumento da resiliência das comunidades, através do acesso para fins domésticos e agro-pecuário.
Figuram ainda dos projectos em curso no Cunene a adaptação dos sistemas agropecuárias para a melhoria da segurança alimentar e nutricional, assim como o acesso a água potável nas zonas rurais, que estão a ser executados por diversas ongs.
Entretanto, realçou que neste momento está aberto o quarto convite para as organizações da sociedade civil, orçado em 14 milhões de euros, para as três províncias, cujas propostas de candidaturas devem ser apresentadas até 30 de Março próximo.
Esclareceu que o projecto assenta na resiliência e produção agrícola familiar com o apoio às campanhas de vacinação bovina, reactivação das farmácias veterinárias e formação de tratadores de gado, para além da adaptação dos sistemas agrícolas de mil e 500 produtores de Ombadja (Cunene).
Para a segunda componente prevê-se o acesso à água e nutrição através de transferências sociais com a construção de 160 infra-estruturas de abastecimento como diques, chimpacas, represas, fontes de água subterrâneas e sistemas de distribuição nos municípios do Curoca, Cuanhama, Cahama e Cuvelai.
Inscreve igualmente a construção e reabilitação de 10 infra-estruturas veterinárias e hidráulicas, para melhorar o acesso a água para população e gado no Curoca, Cahama e Ombadja.
A aquisição e instalação de duas estações meteorológicas automáticas para os municípios do Curoca e Ombadja, acções de capacitação e formação em resposta a potenciais catástrofes naturais e aspectos de nutrição, inquérito do diagnóstico da vulnerabilidade da segurança alimentar preenchem o plano.