Benguela- O Rei do Bailundo, Tchongolola Tchongonga "Ekuikui VI", manifestou, esta sexta-feira, nesta cidade, a sua preocupação pelo fraco domínio da língua umbundo pela juventude, pelo que defende a sua massificação.
Aquela autoridade tradicional falava a jornalistas à saída de uma audiência com o Governador de Benguela, Luís Nunes, informando que é uma abordagem que trás para o Instituto Superior Politécnico Maravilha, onde foi convidado para um evento cultural.
Entre as preocupações, mencionou igualmente o pouco uso de nomes próprios da língua Bantu, o resgate da gastronomia, da medicina e indumentária tradicionais, entre outros aspectos.
Disse, a propósito, que em Setembro deste ano será lançada a primeira pedra para a construção da Universidade da Oralidade dentro do Reino do Bailundo.
"Acreditamos que é o caminho certo para unir este país, de Cabinda ao Cunene, do mar ao Leste, em cumprimento da professia dos nossos ancestrais", afirmou, fazendo alusão à figura do primeiro Presidente da República de Angola, António Agostinho Neto.
De acordo com o Rei, a juventude precisa saber o que os ancestrais faziam para unir o povo angolano.
"Nós precisamos trazer de volta os nossos hábitos e costumes", esclareceu.
Fez referência à sua viagem para o Brasil, no ano passado, onde notou que a diáspora está muito interessada em conhecer a cultura angolana, por isso, "ela deve ser melhor divulgada e, com isso, o país vai ganhar com o turismo e o crescimento da economia".
O Rei Ekukui VI foi empossado no dia 15 de Julho de 2021.
Entretanto, o Instituto Superior Politécnico Maravilha está a celebrar a sexta edição do Festival Cultural 2024 sob o lema "ISPM na preservação e massificação da cultura nacional para o desenvolvimento orientado aos bons costumes".
De acordo com o presidente da Associação de Estudantes daquela instituição, Naskalepo Neto, o objectivo principal é a preservação da identidade cultural.
"Os estudantes têm responsabilidades para com a sociedade, por isso, a Universidade não deve estar desligada da cultura", considerou.
Durante o evento, os participantes irão acompanhar uma mesa redonda sobre as implicações da identidade cultural na projecção externa e o contributo das instituições do Ensino Superior na massificação cultural de Angola.
Irão também contemplar várias atracções como música, dança, poesia e uma exposição com diversos livros de autores nacionais.TC/CRB