Nharêa - Vinte e uma mil e 500 famílias vulneráveis do município de Nharêa, na província do Bié, começaram hoje, segunda-feira, a beneficiar do dinheiro do Programa de Fortalecimento da Protecção Social, designado por Kwenda.
Cada agregado está a receber 51 mil Kwanzas, que corresponde a seis meses, equivalente a 8.500 Kwanzas por mês.
De acordo com o director do Fundo de Acção Social (FAS) no Bié, Rizoni Costa Chivembe, até ao momento estão devidamente cadastradas 16 mil e 99 famílias das comunas da Gamba, Cayeye, Lubia, Dando e comuna sede do município da Nharêa.
O acto que marcou o início da entrega dos valores ocorreu na Ombala de Canhanho, na comuna da Gamba, tendo sido testemunhado pelo Governador em exercício do Bié, José Fernando Tchatuvela e abrangeu 899 famílias.
Só na comuna da Gamba vivem 23 mil e 748 habitantes, distribuídos em oito aldeias grandes.
Além da componente das transferências sociais monetárias, o Kwenda comporta, igualmente, acções de inclusão produtiva, que visa apoiar as iniciativas produtivas e económicas deste grupo-alvo.
De acordo com a administradora municipal da Nharêa, Maria Lúcia Chicapa, este é mais um programa do executivo vocacionado na resolução dos problemas da população.
Para si, o Kwenda traduz a vontade do titular do poder executivo, João Lourenço, voltada no fortalecimento das famílias para a redução da fome e a pobreza a curto e médio prazo, que doravante vai permitir o poder aquisitivo das famílias em situação de vulnerabilidade.
A responsável espera que os beneficiários optam por uma gestão assente no empreendedorismo para o aumento e diversificação da produção agrícola, criação de animais e outras práticas predominante na região para a sua sustentabilidade.
No município da Nharêa vivem aproximadamente 154 mil habitantes, distribuídos em cinco comunas, 36 ombalas e 386 aldeias.
Já o governador em exercício José Tchatuvela revelou que o Kwenda no Bié está avaliado em USD 420 milhões, exigindo das famílias a máxima responsabilidade na aplicação do dinheiro.
Famílias valorizam ajuda
As famílias que receberam hoje as primeiras seis parcelas do programa valorizaram o gesto do executivo, a julgar pelo impulso que dará na economia e outros afazeres.
Para Juliana Tchitula, de 35 anos de idade, deficiente físico nos dois membros inferiores, disse que os valores chegaram num momento em que muito esperava, uma vez que está incapacitada de exercer outra qualquer actividade que requer alguma dinâmica.
Já Albertina Ngueve, outra beneficiária, salientou que 51 mil kwanzas é um valor satisfatório, que vai utilizar na compra de fertilizantes para o aumento da produção.
Com ajuda dos filhos, a senhora produz em pequena escala milho, feijão, mandioca e batata-doce. Os produtos são comercializados no mercado informal da Gamba, e por vezes na sede do município.
Por sua vez, Delfina Chingombe, de 39 anos de idade, revelou ter tem um agregado composto por sete membros, no entanto, poderá usar o dinheiro para o reforço da dieta alimentar e compra de vestuário para os petizes.
O regedor da ombala de Canhanho, Eugénio Maurício Cinco, avançou ser necessário que estas famílias saibam racionalizar a ajuda e continuar a acreditar no executivo angolano.
O programa Kwenda foi lançado no Bié em Abril de 2021, no município do Andulo. Até ao momento já abrangeu mais de 42 mil famílias daquela municipalidade.