Caála – Pelo menos 30 famílias, das 132 que residiam no prédio da ex-FAPA, em processo de realojamento na centralidade Fernando Faustino Muteka, no município da Caála, respiram ar de alívio, devido às condições de habitabilidade.
A transferência dos moradores do edifício de 11 andares, localizado na avenida 21º Aniversário da Independência, na cidade do Huambo, iniciou a 22 do corrente mês e termina, possivelmente, em Junho próximo, com o objectivo de salvar vidas humanas.
A evacuação do prédio, construído em 1912, ano da inauguração da cidade do Huambo, resulta de uma avaliação técnica efectuada pelo Laboratório de Engenharia de Angola (LEA) que aponta um índice elevado de fissuras, por ter sofrido abalos de estrondosas bombas durante o conflito armado.
Numa ronda efectuada pela ANGOP, constatou-se o sentimento de alegria manifestado pelos novos inquilinos do projecto habitacional da Caála, nos corredores Oeste da província do Huambo, que, tão logo receberam as chaves e os respectivos contratos, abandonaram de imediato o edifício da ex-FAPA.
Mauro Franco, um dos primeiros realojados, enalteceu a prontidão e a transparência do Governo da província do Huambo na realização do processo, pois demonstra a valorização da vida humana e o compromisso das autoridades com o asseguramento das condições de sanidade e sociais da população.
Satisfeito com as condições de habitabilidade, disse que uma das dificuldades, pelo menos nestes primeiros dias, está relacionada com a movimentação das crianças para a escola e creche, num percurso de, aproximadamente, 36 quilómetros diários (ida e volta).
Teresa Chimuma, outra realojada, disse que a mudança para a centralidade Fernando Faustino Mueteka vem pôr fim a uma série de preocupações, principalmente, nos domínios da segurança, do acesso à água potável e das condições de salubridade, o nível elevado de fissuras que o prédio da ex-FAPA apresenta.
Acrescentou que, por falta de coordenação ou colaboração dos moradores, o edifício é um dos mais problemáticos da cidade do Huambo, em termos de saneamento e água potável, uma situação que, felizmente, fica para atrás.
Por sua vez, o coordenador do prédio da ex-FAPA, Aurélio Jamba, valorizou o engajamento do Governo no processo de realojamento dos moradores do edifício do Estado, que corre risco de desabar a qualquer momento, devido ao avançado estado de degradação.
Manifestou a colaboração dos moradores na mudança pontual, de acordo com a disponibilização dos novos imóveis, com melhores condições de segurança e conforto, pois no edifício era notável a ocorrência de assaltos e roubos pelas escadas, principalmente, no período nocturno.
Por seu turno, o chefe do departamento do Instituto Nacional de Habitação na província do Huambo, Wilson Jordão Daniel, informou que o processo decorre sem sobressaltos, numa altura em que contam com a colaboração das famílias na mudança, após as assinaturas de contratos para obtenção das chaves.
Disse ser um final satisfatório para os moradores da ex-FAPA, na medida em que o Governo está a cumprir a sua parte, facto que, também, se verifica com as famílias, do ponto de vista de colaboração.
A evacuação do edifíco surge depois de o Presidente da República, João Lourenço, ter autorizado a demolição de nove edifícios nas províncias do Bié, Cuanza Sul, Huambo e Luanda.
Em Despacho Presidencial nº 255/23, de 25 de Outubro, justifica-se a demolição dos referidos edifícios devido ao estado de degradação avançada, preservando o bem vida e garantia de condições dignas de habitabilidade.
Conforme o Decreto, no Huambo está prevista a demolição do edifício ex-FAPA.
Inaugurada em Novembro de 2020, a centralidade Fernando Faustino Muteka, possui quatro mil e uma moradias de tipologia T3, entre apartamentos e vivendas em formato de térias e duplex.
Com vários equipamentos sociais, ligados ao sector de energia e águas, o projecto habitacional é, igualmente, composto por 240 espaços comerciais, três escolas primárias, duas secundárias, um instituto politécnico, centro de saúde, três centros infantis e dois jardins-de-infância.
A par deste centro habitacional, a província do Huambo conta com a centralidade do Lossambo, com duas mil e nove unidades habitacionais, e do Halavala, no município do Bailundo, com três mil e cinco moradias. MLV/JSV/ALH