Benguela – O vice-presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social em Angola (ERCA), Paulo Mateta, aconselhou, esta quinta-feira, os jornalistas a verificarem sempre a veracidade das informações divulgadas nas redes sociais, antes de as publicar.
Paulo Mateta falava à imprensa, em Benguela, à margem de uma palestra subordinada ao tema “Liberdade de Expressão e outros Direitos Humanos”, promovida pela ERCA, com o objectivo de aumentar a consciencialização dos jornalistas nesta região do país.
Segundo o responsável, o jornalista tem a missão de pesquisar e checar se uma matéria nas redes sociais é verdadeira, sobretudo aquelas informações que têm maior impacto na sociedade.
O vice-presidente da ERCA diz que a proeminência das mídias sociais significa, hoje, uma maior responsabilidade para os jornalistas angolanos, no sentido de trazer ao debate público determinadas situações que afectam a sociedade, pautando sempre pelo rigor.
Daí sugerir que os jornalistas tirem maior vantagem e tenham as redes sociais como umas das boas fontes para pesquisar informações de interesse público.
Sublinhou que os jornalistas e os órgãos de comunicação social têm mais credibilidade, porque, sendo profissionais, regem-se pela ética na disseminação das informações ao público.
“Por causa do requisito ético, o jornalista só tem que divulgar a verdade e antes de divulgar tem que checar”, frisou, sugerindo que se pode ajudar inclusivamente a formação da opinião pública fazendo uso das informações nas redes sociais.
“É pegar na informação e ir atrás e trazer a versão dos factos com todos os autores e cada abordagem de acordo com as características de cada órgão: rádio, televisão ou jornal”, reforçou.
Também lançou um repto para que os profissionais da comunicação social não continuem a fazer um jornalismo de secretária, à espera que as notícias lhes cheguem dos gabinetes de comunicação institucional e imprensa.
Em seu entender, os jornalistas têm hoje esse desafio de acompanhar as redes sociais, mas não podem correr na velocidade dos cliques, de forma a evitar as fake news.
Por seu turno, João Valentim, orador da palestra, considera que, apesar de ser um dos grandes direitos, a liberdade de expressão tem limites.
Lembrou o caso do genocídio do Rwanda, em 1994, referindo que os excessos no uso do direito de expressão provocaram uma tragédia naquele país.
A palestra, realizada na administração municipal de Benguela, reuniu jornalistas de órgãos de comunicação social públicos e privados, e responsáveis dos gabinetes de comunicação social do Governo Provincial de Benguela e das administrações municipais. JH/CRB