Cuito – A sociedade biena defendeu hoje, na cidade do Cuito, que a Estratégia de Longo Prazo (ELP) “Angola 2050 tenha como principal atenção a valorização do capital humano e programas e projectos que elevem a economia e a qualidade de vida das famílias.
As opiniões foram expostas durante um encontro de auscultação e consulta pública da Estratégia de Longo Prazo (ELP) “Angola 2050”, promovido pelo Ministério da Economia e Planeamento com os membros de diferentes estratos da sociedade biena.
O professor Filipe Jimbi sublinhou a importância deste instrumento garantir maior responsabilidade na realização dos concursos públicos, desde a criação das condições para os testes, processo de selecção dos candidatos e enquadramento dos respectivos quadros.
Para si, seria bom que, na venda de terra para auto-construção dirigida, o Governo primeiramente colocasse os serviços básicos, como por exemplo energia eléctrica, água potável, construção de escolas, hospitais e outros serviços benéficos às famílias.
Alberto Avelino, membro da sociedade civil, defendeu mais investimento para a construção de parques industriais, mormente para indústria de transformação, de modo que a matéria-prima, entre minerais, produção agrícola e outros, sejam transformados localmente.
O investimento, além de reduzir os custos na economia do país, salientou, vai contribuir no combate à pobreza e fome no seio das famílias, visto que propiciará mais emprego aos angolanos, essencialmente à camada juvenil.
António dos Santos, presidente da Associação dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria no Bié, apelou para um maior investimento no sector do gás de cozinha nas comunidades rurais, de modo a se evitar o abate indiscriminado de árvores, usadas para produção do carvão.
Já o economista Vivaldo Lopes realçou a importância do Governo trabalhar com os bancos comerciais para a cedência de mais financiamento à classe empresarial e sobretudo reduzir a taxa de juros, para que seja possível acumular capital, que serviria igualmente para novos investimentos.
No acto, a vice-governadora do Bié para o sector político, económico e social, Alcida de Jesus Camateli Sandumbo, instou a necessidade dos académicos, entidades religiosas e sociedade civil, no geral, contribuírem, com o seu saber, para que o país tenha futuramente infra-estruturas modernas e competitivas, diversificação da economia, promoção de um ecossistema sustentável, garantia de uma nação mais justa e com igualdades de oportunidades.
Já o secretário de Estado para o Planeamento, Milton dos Santos Reis, referiu que Angola, em 2050, poderá ter uma economia diversificada e próspera, sem, no entanto, ter a total dependência de fundos vindos do petróleo, mas também do financiamento do sector privado.
Informou que, na elaboração da estratégia da ELP “Angola 2050”, foram auscultados, inicialmente, mais de 300 entidades, entre líderes políticas, religiosas, empresariais, Ongs, entre outros parceiros de cooperação, assim como realizadas mais mil entrevistas.
Por sua vez, o chefe do departamento da Política Demográfica do Ministério da Economia e Planeamento (MEP), Pedro Kilembo Palata, realçou que, até 2050, a demografia populacional biena irá dobrar para 4.3 milhões de habitantes, o Produto Interno Bruto (PIP) vai triplicar, atingindo os cerca de nove mil 348 milhões de dólares, o emprego vai duplicar de 853 mil 413 para um milhão 512 mil 415 postos de trabalho, enquanto o sector da educação vai ganhar 46 mil 922 professores.
Para se alcançar estas metas, segundo Pedro Kilembo Palata, a província vai necessitar um investimento na ordem de 29 mil milhões de dólares.BAN/PLB