Huambo – Pelo menos 16 garimpeiros morreram, este ano, após deslizamento de terras em minas de exploração artesanal de ouro na província do Huambo, informou o comandante local da Polícia Nacional, comissário Francisco Ribas da Silva.
Segundo o comissário, durante a 2ª sessão ordinária do Conselho de Auscultação das Comunidades, orientado pela governadora Lotii Nolika, o garimpo ilegal de ouro está a ser realizado em sete dos 11 municípios da província, com mais de cinco mil pessoas envolvidas.
Explicou que os garimpeiros aproveitam-se do período nocturno em que os agentes da Polícia Nacional se ausentam desses locais para explorar de forma ilegal, em alguns casos incentivados pelas autoridades tradicionais.
Para além das mortes confirmadas, disse, o garimpo de ouro está a contribuir para a redução da actividade agrícola e o aumento de casos de abandono escolar, visto que várias crianças são obrigadas a seguir os pais e encarregados de nessa prática ilícita.
Nesta conformidade, o comandante da Polícia Nacional solicitou o apoio de todos, com destaque para os sobas, na denúncia dessas práticas.
Queimadas anárquicas outro problema a combater
O comissário Francisco Ribas da Silva disse que ao longo deste ano foram registados 150 queimadas anárquicas, que destruíram 12 mil hectares de vegetação diversa.
Referiu que maior parte das queimadas foram praticadas por caçadores furtivos, apicultores e produtores de carvão vegetal nos 11 municípios da província do Huambo, tendo resultado na abertura de 12 processos-crime.
A reunião analisou ainda a situação do orçamento das províncias para o exercício económico 2022, o projecto da construção do novo cemitério e os crimes ambientais.