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Degradação influência abandono de imóveis em Luanda

     Sociedade              
  • Luanda • Segunda, 28 Fevereiro de 2022 | 08h33
Casa abandonada nos arredores do largo do Baleizão
Casa abandonada nos arredores do largo do Baleizão
Nelson Malamba -ANGOP

Luanda – O advento da paz, em 2002, permitiu que Luanda ganhasse novas infra-estruturas, mas ainda é notório o estado acentuado de abandono de muitos edifícios, por degradação, um pouco pelas várias zonas da urbe Luandense, cenário que contrasta com os arranhas céus que surgiram na capital angolana.

Em ronda efectuada pela ANGOP, na baixa de Luanda, ficou assente que os imóveis em estado de abandono servem para dormitório, prostituição, cometimento de crimes, esconderijo de delinquentes e colocação de resíduos sólidos. 

Um dos edifícios nesta condição é o "monstro" adormecido, que há anos encontra-se em estado de abandono, o mítico Hotel Panorama, que de unidade hoteleira só restou a estrutura arquitectónica.

Situado na Avenida Murtala Mohamed, Ilha de Luanda, distrito urbano da Ingombota, o Hotel Panorama com três andares, 134 quartos já foi um dos melhores hotéis de Luanda.

O Panorama entrou em decadência, entre os anos 2005/7, devido à falta de investimento em obras de manutenção, que culminou com a sua desqualificação de cinco estrelas para apenas uma, em 2007, pelo antigo Ministério da Hotelaria e Turismo.

A estrutura física do Hotel, que já acolheu cerimónias de Estado, casamentos e grandes festas, está entregue a própria sorte, tornando-se um lugar de preferência para as pessoas vulneráveis que se abrigam no espaço depois dos seus afazeres.

Resultado do estado avançado de degradação e abandono, em 2015, no interior do Panorama foi encontrada morta uma adolescente, de 14 anos, com sinais de espancamento e violação sexual.

Em 2018 foi anunciado que o “monstro seria despertado” entre 2019/2020, mas passaram-se dois anos, e o assunto foi esquecido.

Em declarações à ANGOP, o administrador do distrito urbano da Ingombota, Paulo Furtado , referiu que a administração tem procurado fazer alguma intervenção para mudar o cenário actual, mas sem êxito, uma vez que o mesmo hotel encontra-se em litígio.

Já no Largo do Infante Dom Henriques (Baleizão) número 14/17, também na Ingombota, está o Edifício Seiscentista Luanda, património histórico– cultural, com dois andares e 24 apartamentos, que foi desocupado em 2019 pela administração local por acentuada degradação.

Após a desocupação de emergência, as 24 famílias foram alojadas em tendas no bairro da Paz, distrito urbano do Ngola Kiluanje e posteriormente  realojadas no projecto habitacional do Zango4, município de Viana.

Ao contrário do Hotel Panorama, o Edifício Seiscentista Luanda foi vedado pela administração distrital, cenário que evita qualquer invasão do espaço, para evitar que alguns indivíduos ávidos em invadir o edifício o façam, constatou a ANGOP.

O também conhecido “Prédio do Baleizão” é um dos primeiros construídos na zona baixa da cidade de Luanda, no século 17, considerado património cultural por decreto número 86, Boletim Oficial número 222 de 23 de Setembro de 1947, em Luanda, e nunca beneficiou de qualquer manutenção.

Na zona adjacente, mas na rua Rainha Njinga, encontra-se o prédio número um com 14 andares conhecido por “Treme-Treme”,desocupado em 2018, por eminência de desabamento.

O edifício é propriedade do Grupo Siccal e encontra-se actualmente abandonado, mas também vedado e com segurança permanente.

O imóvel, em que viviam mais de 200 famílias, foi desalojado pelo facto de em1992, durante o conflito armado de Luanda, um projéctil ter embatido no mesmo, abalando a sua estrutura que depois começou a degradar-se, com o surgimento de fissuras e infiltração de água.

Fase a situação, na altura, o antigo Ministério do Ordenamento do Território e Habitação recomendou que os moradores desocupam-se o edifício, em protecção do bem vida.

O departamento ministerial, através do Instituto Nacional de Habitação, criou condições e transferiu os ocupantes para a Centralidade do Quilómetro 44 (Icolo e Bengo) e Urbanização do Kalawenda (Cazenga).

Na Avenida Comandante Valódia, o edifício número cinco, vulgo prédio da “Mirui”, que já albergou também a Livraria Mestria, anda também abandonado e bastante degradado. Depois de ter sido desabitado em 2016, tornou-se num depósito de resíduos sólidos e abrigo para pessoas de índole duvidosa, visto que as suas entradas não foram vedadas.

O imóvel, com quatro lojas, cinco andares e 32 apartamento, foi desocupado devido ao desabamento de uma das partes superiores, que acelerou o aumento de uma pequena dissolução na sua parte central, depois da pancada de uma grua das obras dos empreendimentos Kinaxixi.

Os moradores em número de 40 famílias foram alojados nos edifícios do Anangola (Ingombota).

Inacabado, vedado, mas entregue também a sua sorte há mais de 30 anos, encontra-se o mítico prédio do Largo da Maianga, com mais de 10 andares, junto a Empresa de Lotarias de Angola, no entroncamento entre a rua Marien Ngouabi, ex-António Barroso/Avenida Revolução de Outubro.

Ainda na Maianga, na Avenida Comandante Gika, encontra-se há alguns anos, em estado de abandono e junto do Hotel Alvalade, um edifício inacabado e segundo apurou a ANGOP junto da Administração distrital, o mesmo está em litígio.

Na zona do Prenda (Maianga) existem alguns prédios cujas obras não foram concluídas, mas estão habitados, situação que deixa os seus ocupantes expostos ao perigo iminente.

Quanto as demolições em Luanda, constam dois edifícios, sendo o primeiro, o famoso prédio Cuca, no Kinaxixi, entre 2010/11, devido a construção das torres do empreendimento Kinaxixi, situação que levou a transferir os seus moradores para a Vida Pacifica/Zango Zero, no município de Viana.

Em 2014/15, foi demolido o prédio inacabado da Lagoa do Kinaxixi que por longos anos esteve abandonado.

No tocante a edifício desabado, em Março de 2009, vimos ruir as instalações da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), na Avenida Hoji - Ya - Henda (ex-Avenida de Brasil), antes município do Rangel (actual distrito urbano do Rangel), tendo causado várias mortes, ferimentos, pessoas ficaram soterradas e viaturas danificadas.

Na altura, em função do incidente por mau estado técnico do prédio, a DNIC passou para o distrito urbano do Neves Bendinha, município de Luanda.  

O administrador Paulo Furtado disse que na Ingombota alguns prédios foram desocupado devido ao mau estado técnico e outros por razões de fórum judiciário (litigiosas).

Precisou que existem imóveis com mais de um proprietário, duplicidade de registo de propriedade, ocupações ilegais, e enquanto esperam ver o assunto resolvido nos tribunais os edifícios e vivendas estão abandonados.

O responsável justificou que os imóveis em estado de abandono não estão vedados, porque a administração encontra-se sem recursos financeiros para o efeito.

Paulo Furtado alertou que os prédios abandonados correm o risco de desabar se não forem intervencionados.

No entanto, na parte baixa da cidade, segundo o também arquitecto, muitas moradias do período colonial ainda encontram-se habitadas, apesar de não passarem por qualquer manutenção periódica.

Salientou que a falta de conservação dos imóveis contribui para a sua degradação, mesmo quando habitado e o pior acontece quando estão desocupados devido a vandalização que sofrem dos amigos do alheio.   

Apelou aos proprietários de imóveis que não estejam em litígio para contactarem a administração, no sentido de darem outro aproveitamento aos mesmos, para a melhoria da imagem da parte baixa da cidade.

A ANGOP apurou junto de uma fonte da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda (CACL) que está em curso um processo de levantamento dos imóveis abandonados a nível do município, que poderá culminar com o confisco dos mesmos a favor da autoridade municipal.





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