Ndalatando - O presidente da Associação Provincial de Apoio aos Albinos do Cuanza Norte, António Sidónio, solicitou hoje, (sexta-feira), em Ndalatando, à sociedade civil, empresários e dirigentes locais apoio para consultas de dermatologia e oftalmologia.
Em declarações à Angop, a propósito da situação do portador do albinismo na província do Cuanza Norte, o responsável informou que as consultas nestas especialidades tem sido muito onerosas para os associados, que muitas das vezes têm de se deslocar a Luanda para tratamento médico.
Disse que na província do Cuanza Norte não existe especialistas na área de dermatologia e apenas dois oftalmologistas, um no hospital de Ndalatando e outro no município de Ambaca, número insuficiente para a demanda.
Contou que, por limitações financeiras, muitos associados vivem sérios problemas de saúde e chegam mesmo a contrair o cancro na pele e cegueira.
Recordou que, no princípio deste ano, onze membros da associação beneficiaram de consultas de dermatologia no Hospital Américo Boavida, em Luanda, e de oftalmologia, em Ambaca, com o apoio do Gabinete Provincial de Saúde do Cuanza Norte.
De acordo com António Sidónio, a província do Cuanza Norte é uma das regiões do país com o maior índice de albinismo, principalmente, nos municípios de Cazengo, Cambambe e Ngonguembo.
Fez saber que a associação debate-se também com a falta de uma sede e de meio de transporte, tendo acrescentando que já solicitou apoio ao governo local e a outras instituições públicas e privadas da região, mas sem sucesso.
O presidente queixou-se da pouca sensibilidade de muitos cidadãos para com os grupos vulneráveis, que chegam a descriminar portadores de albinismo.
Informou que a associação tem promovido palestras no sentido de combater a descriminação e congregar mais membros, para melhor discutirem os direitos e deveres das pessoas com albinismo.
O albinismo é uma condição causada pela deficiência na produção de melanina. Pessoas com esse problema apresentam a ausência de pigmentação e, dependendo do grau, podem ter alterações até mesmo na cor dos olhos e dos cabelos.
Criada em Junho de 2019, a Associação Provincial de Apoio aos Albinos no Cuanza Norte conta com 107 associados e faz parte da organização nacional desta camada da população.
