Benguela – Uma criança de um ano e seis meses de idade foi violada no último sábado, nos arredores da cidade de Benguela, supostamente por dois vizinhos de 10 e 14 anos, respectivamente, soube hoje a ANGOP.
Essa informação foi avançada esta segunda-feira à Rádio Benguela, pelo director clínico do Hospital Municipal, Luís Vieira, adiantando que a vítima, tão logo deu entrada, foi encaminhada ao bloco operatório.
"Fez-se prontamente uma intervenção por tamponamento para estancar a hemorragia que apresentava", explicou.
Na mesma senda, o médico acrescentou que se fez uma transfusão sanguínea e um processo de hidratação.
“Fizemos também uma ecografia para identificar a presença de líquidos na cavidade abdominal e a nível da cavidade uterina, o que, felizmente, não se confirmou”, relatou.
O médico disse que hoje a criança encontra-se melhor, em relação ao momento de entrada na unidade sanitária, estando a ser tratada com antibióticos para poder cortar algum processo infeccioso.
Ainda assim, o especialista adianta que serão feitos outros estudos e análises para se aferir internamente como estão os órgãos genitais, com realce para o útero.
“Temos que descartar outras infecções como hepatite, HIV e outras patologias”, acrescentou.
Luís Vieira adiantou que a criança está sujeita a consequências psicológicas e físicas, como transtornos ou danificação do útero, o que poderá influenciar no processo reprodutivo, bem como a patologias resultantes de processos infecciosos, como HIV.
Já a psicóloga clínica Ana Tchombela disse que os supostos violadores (uma crianca de dez anos e um adolescente de 14) demonstram sofrer de algum distúrbio, sendo necessário fazer-se uma análise mais profunda.
A especialista afirma que a vítima vai sofrer consequências físicas e emocionais, pois, certos traumas que acontecem ainda em tenra idade ficam guardados para a vida toda.
“É necessário fazer-se um acompanhamento da criança desde já, pois, poderão ocorrer algumas mudanças no seu comportamento”, disse.
Realçou que, tanto a vítima como os supostos agressores (porque os dois apresentam comportamento de psicopatia), necessitam de acompanhamento urgente de psicólogos, bem como as respectivas famílias.
Apelou, desde já, que se afaste os dois da zona em que residem, porque podem sofrer represálias quer de familiares da vítima, como de vizinhos.
Entretanto, a ANGOP contactou o Comando Municipal da Polícia em Benguela, que confirma a ocorrência, no bairro Kalussombeca, estando o caso a ser seguido pelo Serviço de Investigação Criminal e outras instituições ligadas à criança.