Quilengues - Uma menor de 11 anos morreu na madrugada de hoje, segunda-feira, no município de Quilengues (Huíla) e outros quatro membros da mesma família estão internados por intoxicação alimentar, após comerem a conhecida “mandioca amarga”.
Trata-se de um casal e seus três filhos que ocorreram ao hospital municipal de Quilengues pela madrugada, após consumo do produto destinado exclusivamente a produção de farinha.
A mãe dos menores, Avelina Camati, admitiu à ANGOP ser uma mandioca amarga oferecida ao seu esposo durante uma visita que fez aos seus familiares na localidade de Lusseque, a 15 quilómetros da sede municipal.
Declarou que o marido foi solicitar aos seus familiares sementes de massambala e milho, tendo-lhe sido oferecida a mandioca, com o alerta de ser uma espécie para moer.
Segundo a mulher, colocaram o produto na água para diminuir o sabor amargo e posteriormente a cozinharam com sal, óleo e tomate, distribuindo em seguida aos filhos e o casal também comeu.
Explicou que durante a tarde, depois de consumir o produto, as crianças começaram a queixar-se de dor na cabeça e de barriga, sintomas sucedidos de vómitos e diarreia que atingiu todos de casa, tendo-os levado a buscar ajuda no hospital municipal.
Já o médico geral do hospital municipal, Yurgan de Prata, que atendeu os pacientes afirmou tratar-se de um caso de intoxicação alimentar.
Realçou que a criança de 11 anos morreu duas horas depois de ter chegado ao hospital e os outros encontram-se estáveis, excepto uma menor de três anos, cujo estado ainda inspira cuidados.
É o primeiro caso do género que o município regista no ano em curso, chegado ao hospital.
Estudos revelam que algumas variedades de mandioca conhecidas pelo seu alto teor de ácido cianídrico, podem ser tóxicas para o homem e até provocar a morte.
A mandioca é parte significativa da dieta alimentar da população no País e actualmente fala-se da amarga, para produção exclusiva de farinha e da doce para consumo em cru do tubérculo e das folhas, a chamada kizaca.