Lubango – As obras de requalificação das infra-estruturas integradas e a consolidação do programa de saneamento básico constituí um dos maiores ganhos que o município do Lubango alcançou nos seus 100 anos de existência, que se comemoram a 31 de Maio, considerou o seu administrador, Lisender André.
As obras de requalificação abrangeram 31 ruas e melhoraram, desde 2017, mais de cem quilómetros de redes técnicas, reparação de jardins e recuperação de espaços verdes, num projecto assumido pelo governo e orçado em 212 milhões de dólares norte-americanos.
O novo modelo de recolha de lixo porta a porta nos bairros, em vigor desde Fevereiro de 2019, sob a responsabilidade de oito operadores, tem que a administração municipal como fiscalizadora e dona do projecto.
O trabalho é realizado por mais de 200 jovens envolvidos no processo, com recurso a motorizadas de três rodas, mediante um roteiro onde cada um dos operador tem um determinado número de jurisdições a intervir, com um custo de 200 a 250 kwanzas por residência.
Com uma média diária de recolha de 105 toneladas/dia, os resíduos sólidos têm como destino a lixeira controlada no Luyovo, a 21 quilómetros da cidade, onde existem três células, de 10 mil, 11 mil, e 13 mil 350 metros quadrados.
Para o sucesso da empreitada, a administração tem 139 motorizadas, 11 camiões de recolha e processamento, sendo sete compactadoras, três basculantes e dois tractores com reboque, contam com 25 funcionários, destes 15 cantoneiros e 10 motoristas, de acordo com Lisender André.
Em declarações à ANGOP, no âmbito das jornadas comemorativas ao Centenário da ascensão do Lubango à categoria de cidade, afirmou que o desenvolvimento de qualquer sociedade passa necessariamente pela melhoria do saneamento básico, daí a aposta.
Sublinhou que com as obras de intervenção a nível do casco urbano, compreendeu-se que a área mais consolidada da cidade acabou por merecer uma maior atenção do ponto de vista da recolha de resíduos sólidos.
Admitiu que a zona mais consolidada da cidade tem a situação da recolha de lixo praticamente resolvida e está-se agora a olhar à periferia, onde ainda a situação é preocupante, com o depósito dos resíduos sólidos nas linhas de água, fundamentalmente a nível dos rios, ravinas e outros.
A respeito da continuação do processo de requalificação, Lisender André, disse que está em curso e que há planos para expandir as obras à periferia, começando pelo "emblemático" bairro Comandante Cow Boy.
“Nós queremos trazer uma perspectiva de qualificação distinta daquela que vinha ocorrendo em que os moradores tiveram de ser deslocados das suas zonas de habitação, a ideia agora é uma requalificação em que se mantenha as pessoas na sua zona”, expressou.
Avançou ser um projecto que está já devidamente desenhado, mas fica agora dependente de financiamentos necessários para a sua efectiva implementação, tratando-se de uma qualificação parcelada, mas acompanhada da questão social.
O município do Lubango ascende a essa categoria em 1923, quando o Caminho de Ferro de Moçâmedes, depois de vencer o deserto e a serra, atingindo o planalto, inaugurando-se a estação ferroviária, que permitiu uma ligação mais rápida e segura com Moçâmedes, marcando um período de grande prosperidade económica.
O nome Lubango vem da redução do nome do rei tribal (soba) dos muilas que tinha o nome de Calubango (ou Kaluvango), o então líder local, que recebeu a primeira expedição europeia nas suas terras. A área sob o seu domínio passou a ser denominada Terras do Calubango e, com o tempo, Terras de Lubango. BP/MS
