Catumbela - Os munícipes da Catumbela apontaram, esta quinta-feira, o Aeroporto Internacional, a ponte 4 de Abril e o Campus Universitário, como algumas das infra-estruturas que impulsionaram a ascensão da vila à categoria de município.
A circunscrição completa hoje 12 anos desde que ascendeu à categoria de município, no dia 5 de Outubro de 2011, tornando-se no mais novo da província de Benguela.
Daniel Zeferino, residente na vila há 25 anos, afirmou que viu a ponte 4 de Abril a ser construída, desde a colocação da primeira pedra.
Baseou-se na redução do tempo para ligar as duas principais cidades da província, Lobito e Benguela, proporcionada pela ponte de 438 metros de comprimento, 25 de largura e duas faixas de rodagem para cada lado.
Disse, no entanto, que nem tudo são vantagens, referindo-se ao Pólo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela (PDIC), que, a seu ver, ocupou o lugar da antiga zona verde.
Aproveitando a frase do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, em que dizia que a agricultura é a base e a indústria o factor decisivo, Daniel Faustino afirmou categoricamente que "houve falha nesta opção".
Por outro lado, João Catchipia disse que o Aeroporto Internacional da Catumbela vai possibilitar a mobilidade de empresários, cooperantes e turistas, quando o Corredor do Lobito estiver a funcionar em pleno.
"Esta infra-estrutura vai contribuir em grande medida para o aumento das receitas fiscais que beneficiarão a província e o município, em particular", afirmou, olhando para a Refinaria do Lobito, com previsão de estar em funcionamento em 2026.
João Catchipia referiu-se ao recente decreto exarado pelo Presidente da República, João Lourenço, que faz alusão à concessão de vistos para turismo a 98 países.
O Aeroporto Internacional da Catumbela, inaugurado a 27 de Agosto de 2012, tem uma pista de três mil e 700 metros e está capacitado para receber 2,2 milhoes de passageiros por ano.
O regedor Luis Acandela, solicitado a fazer uma comparação com o período colonial, começou por falar sobre a extinta açucareira, que nos anos 70 albergava, inclusive, trabalhadores vindos de São Tomé e Cabo Verde, dada a sua dimensão, em termos de produção.
"O movimento era grande, desde o corte da cana, a transportação por via ferroviária, a produção do açúcar e a exportação", recordou.
Apontou igualmente a fábrica de óleo e sabão, fazendo crer que o índice de empregabilidade era acima da média, ao contrário do que se observa actualmente, em função da crise financeira que o país vive.
Já Faustina Naquele, presidente de uma cooperativa de 360 hectares e mil 550 trabalhadores, na Catumbela, vê vantagens pelo facto de haver cultivo no litoral, ao contrário da era colonial, em que apenas fazia-se agricultura nos municípios do interior.
"Actualmente já produzimos hortaliças, milho, feijão, batata doce e outros, no perímetro agrário da Catumbela, facilitando a oferta aos nossos mercados", afirmou.
Contrariamente a este aspecto, disse, com tristeza, que a cooperactiva encontra dificuldades na aquisição de fertilizantes, de alguns meios de produção, como tactores, e no escoamento dos produtos, que muitas vezes acabam por se estragar.
O município da Catumbela tem uma extensão territorial de 801 quilómetros quadrados e conta com as comunas do Biópio, Praia Bebé e Gama.
A população é estimada em cerca de 200 mil habitantes (censo de 2014).TC/CRB