Ondjiva - Trinta travessias para peões, animais e veículos foram instaladas ao longo do canal do Cafu, província do Cunene, para permitir a mobilidade da população e do gado.
A informação foi avançada esta sexta-feira, à ANGOP, pelo fiscal da obra do lote 2 do projecto, Durbalino de Carvalho, quando reagia as informações postas a circular nas redes sociais sobre a inexistência de pontos de travessia.
O responsável referiu que foram colocadas travessias de betão de dois metros, numa distância de 2,5 quilómetros, no traçado entre duas chimpacas.
Esclareceu que os cidadãos percorrem no máximo 1,25 quilómetros para atingir as travessias, enquanto para veículos a distância é de cinco quilómetros.
Segundo o fiscal, as travessias estão dentro dos limites técnicos exigidos, mas que poderão ser aumentadas, sobretudo na extensão oeste do canal, em função de uma solicitação feita ao Ministério da Energia e Água.
Durbalino de Carvalho disse que os pontos de travessia foram feitos com base no levantamento dos caminhos tradicionais da população, mediante a auscultação feita às autoridades do poder tradicional, que definiram os locais.
“As autoridades tradicionais desempenharam um papel importante no processo de planificação, execução e monitorização de todo tipo de infra-estruturas na gestão das zonas rurais”, sustentou.
O responsável reprovou a colocação de travessias improvisadas feita de paus, por constituir perigo para a vida da população, realçando que o canal dispõe de 1.50 de profundidade e três metros de largura.
Extensão do canal do Cafu a 15 por cento de execução
As obras de ampliação de cinco quilómetros do canal do Cafu e mais uma chimpaca até a localidade de Onamulo ya Kanguile encontram-se a 15 por cento de execução física, com a conclusão do processo de desmatação do trajecto de levantamento topográfico.
De acordo com o fiscal do projecto, decorre, neste momento, a escavação do canal, enquanto a chimpaca será feita dentro de 15 dias, para que até Julho próximo seja entregue.
Esclareceu que a ampliação do canal resulta de uma orientação do Presidente da República, João Lourenço, aquando da inauguração, de modo a que as populações do Onamulo ya Kanguile pudesse beneficiar deste projecto.
Estrutura do Cafu
O canal adutor do Cafu é o primeiro de um lote de cinco projectos do Governo angolano criado no quadro do programa de acções estruturantes de combate à seca naquela região, que vai beneficiar 235 mil pessoas dos municípios de Ombadja, Cuanhama e Namacunde.
Avaliado em 44 mil milhões, 358 milhões e 360 mil 651 kwanzas, vai permitir ainda o abeberamento de 250 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas.
A construção do canal foi decidida depois de uma visita do Presidente da República, em 2019, às Cacimbas em Ombala Yo Mungo, município de Ombadja, na altura afectada por uma seca severa.
Neste sistema foram instaladas estruturas metálicas da câmara de aspiração e zona de tomada de água, edifício da subestação eléctrica, com três grupos geradores com capacidade de um megawats e reservatório unidimensional, além de painéis solares capazes de gerar 1.5 megawatts de energia.
O projecto tem um canal a céu aberto, numa extensão de cerca de 160 quilômetros.
Conta com 30 chimpacas, com 100 metros de comprimento, 50 de largura, cinco a seis de profundidade e a capacidade de armazenamento de água que varia de 25 mil a 30 mil metros cúbicos.
