Porto Amboim – Pelo menos um pescador morreu e quatro outros ficaram feridos em consequência das calemas que se abatem na orla marítima da cidade do Porto Amboim, província do Cuanza Sul, informaram, esta sexta-feira, as autoridades locais.
De acordo com o administrador municipal-adjunto para o sector técnico e serviços comunitário do Porto Amboim, Úsera Eusébio, o incidente registou-se quando, de forma separada, uma embarcação artesanal foi atingida por calemas provocando a morte de um indivíduo de 68 anos.
Numa outra embarcação, informou a fonte, quatro cidadãos se faziam à costa para o desembarque de pescado, a embarcação atingida por grande ondas, provocando ferimentos graves aos pescadores.
Fontes dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros locais informaram que o corpo do idoso continua desaparecido, ao passo que os quatro feridos recebem assistência no Hospital Municipal do Porto Amboim.
Úsera Eusébio fez saber que os trabalhos definitivos para minimizar as calemas estarão a cargo do Ministério dos Transportes, sem precisar a data de inicio das obras.
Diversas infra-estruturas hoteleiras e similares, na zona marginal “ Alfredo Pukuta”, residências e zonas de secagem do pescado foram atingidas pelas calemas.
Especialistas
Instado sobre o que tecnicamente pode ser feito para conter as calemas, o engenheiro civil, Leandro Artur, defendeu a necessidade da elaboração de estudos sobre o comportamento do mar na circunscrição.
“ Quebra-mar é a solução, mas não basta colocar os esporões porque a praia é igualmente turística e está próximo de algumas habitações, daí a necessidade de se realizar estudos profundos”, disse.
As calemas no Porto Amboim ocorrem entre Agosto, Setembro e Novembro, de acordo com a fonte, o aconselhável seria a feitura de blocos de betão e por cima assentar a betonilhas, ao invés de colocar pedras.
“Não avancem para colocação de pedras, realizam estudos com um projecto definitivo para se evitar aplicação financeira sem resolver o assunto”, advertiu.
Trabalhos realizados
Em 2018, a Direcção da Hidroportos ergueu oito esporões para proteger as infra-estruturas contra as calemas com um orçamento de mais de Kz um milhão.
Naquela ocasião as calemas desalojaram 42 famílias e 20 metros de esporões ficaram destruídos e o mar instalou-se a cerca de 40 metros da estrada nacional número 100. LC/VIC