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Arqueologia em Benguela descobre fósseis de baleia de milhares de anos

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  • Benguela • Quarta, 04 Outubro de 2023 | 20h01
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Vestígios pré-historicos descobertos no Complexo Arqueológico do Mormolo, em Benguela
Vestígios pré-historicos descobertos no Complexo Arqueológico do Mormolo, em Benguela
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Vestígios pré-historicos descobertos no Complexo Arqueológico do Mormolo, em Benguela
Vestígios pré-historicos descobertos no Complexo Arqueológico do Mormolo, em Benguela
DR
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Trabalho de pesquisa no Complexo Arqueológico do Mormolo, em Benguela
Trabalho de pesquisa no Complexo Arqueológico do Mormolo, em Benguela
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Benguela – Fósseis de baleia e megalodonte (dente de tubarão), que podem datar a milhares de anos, foram descobertos, desde 2020, no Complexo Arqueológico do Mormolo, no município da Baía Farta, província de Benguela, apurou hoje a ANGOP.

Além da fauna marinha paleontológica, os trabalhos de prospecção de campo, iniciados em 2019, no âmbito do Projecto "Arqueologia do Mormolo na região de Benguela", também possibilitaram encontrar vestígios pré-históricos, nomeadamente instrumentos líticos usados pelo homem - bifaces e lanças de pedra.

O referido projecto conta com o financiamento da National Geographic e da Embaixada da França em Angola, e visa compreender as mais antigas provas da existência do homem na região de Benguela e pôr em evidência os sítios mais antigos de Angola.

Em entrevista nesta quarta-feira à ANGOP, a directora-geral do Museu Nacional de Arqueologia de Benguela (MNAB), Maria Helena Benjamim, afiançou que este projecto foi elaborado em 2009, pela sua instituição em estreita parceria com a congénere do Museu de História Natural de França (Musée National d’Histoire Naturelle de France).

Doutora em Arqueologia, Etnologia e Pré-história, Maria Helena Benjamim vê no financiamento da National Geographic e da Embaixada de França em Angola um factor determinante para os trabalhos de campo, de laboratório e as respectivas datações nos laboratórios daquele país europeu.

Certo é que os trabalhos de campo no Complexo Arqueológico do Mormolo têm sido realizados por especialistas/pré-historiadores e estagiários/doutorandos de França, África do Sul, Brasil e Namíbia, os técnicos do Museu, professores e estudantes do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) no Sumbe, província do Cuanza Sul.

Destacou que, fruto destas pesquisas, com o envolvimento da referida equipa multidisciplinar internacional, novas descobertas que vão desde a fauna marinha paleontológica à vestígios pré-históricos, têm sido frequentes, no Complexo Arqueológico do Mormolo-Baía Farta.

Deu a conhecer que em Agosto do ano em curso concluiu-se a última fase do projecto, implementado de 2020 a 2023.

Em sua análise, este projecto foi de tal maneira importante, que permitiu o regresso dos peritos angolanos e estrangeiros à zona do Mormolo, mais de 40 anos depois das primeiras descobertas arqueológicas.

Pesquisa  43 anos

A gestora do único museu na cidade e município de Benguela lembrou que os trabalhos de investigação em Arqueologia têm-se realizado na zona costeira da região da Baía Farta, concretamente nas localidades do Dungo e Mormolo, desde os anos 1980.

E nota que as primeiras datações realizadas no exterior nos anos 1980 são as do Sítio Arqueológico da Cachama, a sul do município sede da Baía Farta, zona de transição da Idade Recente da Pedra e da Idade do Ferro.

Porém, explicou que, a partir dos anos 1990, o Museu Nacional de Arqueologia tem recebido especialistas em Pré- História vindos de França para junto com a equipa de Pesquisa realizarem trabalhos de investigação de campo da região do Dungo (Complexo Arqueológico do Dungo) e de laboratório.

"Em 2009, tivemos as primeiras datações, mais uma vez realizadas no exterior, que deram uma datação entre 600.000 a 700.000 anos", revela. 

Aulas práticas de campo

Doutorada pela Universidade de Paris I Panthéon Sorbonne-França, Maria Helena Benjamim avança, ainda, que, anualmente, o Museu Nacional de Arqueologia ministra as aulas de Prática de Campo e de Laboratório em Arqueologia aos estudantes dos Institutos Superiores de Ciências da Educação (vulgos ISCEDs), curso de História.

É neste quadro que, no mês de Maio, na consolidação do programa das aulas práticas em arqueologia, o MNAB recebeu a visita de estudo dos estudantes do ISCED-Huambo.

A gestora reportou que, no mesmo mês, a equipa técnica do Museu deslocou-se a província do Cuanza Sul, para ministrar as aulas práticas de campo e de laboratório aos estudantes do ISCED-Sumbe, na estação arqueológica de Ndalambiri-Ebo.

Arqueologia de salvamento 

Fez saber que a equipa técnica do Museu tem sido solicitada pelo Gamek, Projecto de Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, para intervenção em áreas onde são localizadas e identificadas estruturas em pedra, no que se supõe serem túmulos.

Esta intervenção visa uma Arqueologia de salvamento destas estruturas para não serem destruídas pelos trabalhos de construção da Barragem de Caculo Cabaça, na província do Cuanza Norte.

“A equipa técnica acompanha os trabalhos de salvamento desde a construção da Barragem de Laúca ”, referiu.

Maria Helena Benjamim revela, também, que tem havido solicitação de estudantes estrangeiros que pretendem desenvolver os seus temas de mestrado e doutoramento com o estudo das colecções do MNAB.

"Recebemos pela primeira vez em 2018 uma doutoranda de nacionalidade francesa que teve como objecto de estudo para a sua tese o material arqueológico do Dungo e prossegue com o pós-doutoramento nas colecções do MNAB", rematou. 

De âmbito nacional, o museu tem cerca de três mil objectos arqueológicos provenientes de cada ponto do país, colectados até 1974.

O Museu Nacional de Arqueologia de Benguela foi idealizado e fundado em 1976 pelo angolano Pais Pinto, natural da Ganda. JH/CRB 

 

 

 

 

 





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