Luanda- três e 149 casos de violência doméstica foram registados no país, em 2024, mais 58 em relação a igual período de 2023, informou esta quinta- feira, o secretário de Estado do Interior, Arnaldo Manuel Carlos.
O responsável falava em representação do titular do sector, Manuel Homem, na abertura da acção formativa dos efectivos da Polícia Nacional (PN), que decorre durante duas semanas sob o lema “Um Olhar às Vítimas de Violência Doméstica e Sexual”.
Constam dos crimes registados, casos de violências fisica, psicológica, sexual, patrimonial, fuga a paternidade, falta de prestação de alimentos e por ameaças, tendo sido detidos 1.885 (+727) supostos implicados.
Luanda, com 863 casos, Benguela 262 e Cuanza Norte 226 são as províncias com maior número de crimes.
Segundo o secretário de Estado Arnaldo Manuel Carlos, a violência doméstica é como um câncer, uma vez instalado destrói todos os mecanismos de defesa e dada a fragilidade da vítima consegue se ramificar de forma silenciosa, daí a importância do diagnóstico precoce, para permitir que este mal não se espalhe.
Para tal, enfatizou, urge a necessidade de acções formativas como estas, pois o pior neste tipo de crime é o medo e a percepção de solidão e vulnerabilidade.
Frisou que esta acção formativa insere-se no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional referente ao quinquénio 2023-2027, sendo parte essencial do esforço contínuo do Executivo angolano no sentido de garantir um país mais seguro, justo e capaz de proteger os direitos humanos de todos os cidadãos, em particular das vítimas de violência doméstica.
Já a coordenadora do projecto Maria Joaquina disse os 150 efectivos foram divididos em duas turmas, para um novo desafio no combate a violência contra mulheres, rapazes e meninas no intuito de resolver as situações do género.
Fez lembrar que violentar uma mulher e abusar sexualmente uma criança é violentar toda uma geração, a violência sexual repercute na saúde física, e com risco de contaminação por infecções sexualmente transmissíveis e até gravidez indesejada agravando já o quadro traumático na saúde mental da pessoa com quadros de depressão síndrome de pânico ansiedade e distúrbios psicossomáticos.
De acordo com a coordenadora um dos grandes desafios para enfrentar essa violência é articulação e integração dos serviços de atendimento de forma evitar a vitimização destas mulheres e crianças, acima de tudo oferecer um atendimento humanizado.
Por outro lado, o representante do UNICEF em Angola, Antero Almeida de Pina, realçou que esta iniciativa reflecte o compromisso comum de proteger os mais vulneráveis nas comunidades como mulheres e crianças que estão em risco de violência, abuso e exploração.
O UNICEF reitera o total empenho em continuar a apoiar o Governo angolano, em particular o Ministério do Interior, na consolidação de um sistema de protecção das crianças vítimas de violência, garantindo o acesso à justiça e à protecção no âmbito da aplicação dos regulamentos em vigor.AB/SEC